Diante do presidente da CEEE Equatorial, bancada do PT reforça necessidade de CPI

Para tentar evitar a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa, o presidente da CEEE Equatorial, Riberto Barbanera, esteve na Comissão de Defesa do Consumidor na condição de convidado. Em uma apresentação inicial de quase uma hora, Barbanera explicou o funcionamento da companhia e fez uma projeção dos investimentos que serão realizados nos próximos anos.
Primeiro signatário do requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, o deputado Miguel Rossetto abriu as manifestações da bancada do PT lembrando que o presidente da CEEE Equatorial deixou de comparecer nas últimas 15 reuniões ou audiências públicas que trataram sobre a prestação de serviço de fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul. “Essa postura revela um padrão de relação da companhia com o parlamento gaúcho. Na minha opinião, não é uma relação adequada”.
Rossetto lembrou que Riberto Barbarena representa uma empresa que ocupa as últimas posições no ranking de qualidade da Agência Nacional de Energia Elétrica. “Mesmo que o senhor mostre aqui que a Equatorial goza de uma estável saúde financeira, nós estamos falando de uma concessionária que promove um enorme sofrimento e prejuízo para a população gaúcha. Nós estamos diante de um serviço essencial e um monopólio natural. A população não tem como escapar de um serviço ruim ou péssimo e, por isso, o papel do Estado na regulação é fundamental. A Assembleia Legislativa tem que assumir a sua responsabilidade e, através da CPI, realizar um trabalho de investigação, não mais de busca de informação”. O deputado lembrou ainda que a CEEE Equatorial é responsável pelo maior número de mortes de profissionais em serviço e que este é um tema que precisa estar no radar da CPI.

Já a deputada Sofia Cavedon lembrou que a Equatorial demitiu centenas de trabalhadores da CEEE pública. “A falta de mão de obra bem treinada e equipada e o desconhecimento do território das equipes, aliado a um grave problema de comunicação com a população, é uma situação grave. A empresa, assim que assumiu a prestação de serviço, fez um grande plano de demissão sem planejar uma recomposição”.
O deputado Jeferson Fernandes disse que o Rio Grande do Sul chegou “ao limite da tolerância”. “Quando a gente vê uma empresa sem as condições mínimas de operar, precisamos cumprir o nosso papel de fiscalizar a prestação de um serviço público e defender a população. Estamos preocupados com o usuário e não adianta a empresa justificar alegando problemas de anos anteriores pois ela sabia o que estavam adquirindo na concorrência. O governador Eduardo Leite também mentiu quando disse que haveria melhorias na qualidade da prestação de serviço”.
Até agora, o requerimento para a criação da CPI da CEEE Equatorial e RGE Energia conta com 18 assinaturas. Para a instalação da comissão são necessárias 19 assinaturas.