Aumento do ICMS: Bancada do PT obtém apoio de empresários para barrar decretos do governador

Em pouco mais de um mês, entram em vigor os decretos do governador Eduardo Leite que retiram incentivos fiscais de setores econômicos estratégicos e de itens da cesta básica. Preocupada com o impacto da medida na economia gaúcha, a Federasul procurou as bancadas da Assembleia Legislativa para discutir o tema. A bancada do PT foi representada pelos deputados Pepe Vargas, Laura Sito e Miguel Rossetto, que informaram sobre a proposta de decreto legislativo que passou a tramitar na terça-feira (20) e que visa sustar a proposta do governo estadual. O requerimento foi protocolado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e distribuído para a deputada Nadine Anflor (PSDB).
Aos empresários, a deputada Laura Sito defendeu que os decretos do governador precisam ser barrados pois não estão nítidos os desdobramentos e as perspectivas de determinados setores sem os incentivos fiscais. “Na última campanha eleitoral, o governador Eduardo Leite fez um discurso de que havia solucionado o problema das finanças do RS. Poucos meses depois da posse no segundo mandato, ele encaminha uma medida que revela o fracasso da sua gestão e cobra a conta da população. Nós precisamos de garantias claras para aqueles que empreendem e ao povo que consome”.
Para o deputado Miguel Rossetto, a retirada dos incentivos fiscais é o “Plano C” do governador. “Não é Plano A, nem Plano B. É Plano C porque é contra a economia gaúcha”. “A Assembleia Legislativa tem o dever de sustar decretos do governador que sejam exagerados, abusivos. É fundamental que a Federasul e a sociedade como um todo se mobilizem e pressionem as bancadas que compõem a base do governo para que tenham posição”, acrescentou Rossetto.
Para barrar os decretos do governador, o projeto de decreto legislativo da bancada do PT precisa ser aprovado pela CCJ e depois pelo plenário da Assembleia. Se a medida do governo entrar em vigor, produtos como ovos e pão, que atualmente não têm incidência de ICMS, passarão a ter uma alíquota de 12%. O arroz e o leite, que atualmente têm uma alíquota de 7%, também vão para 12%. Já a erva-mate, que está em 10%, vai subir para 17%.