Apoio da população é chave para redução dos juros, afirma bancada do PT

 

As críticas do presidente Lula às altas taxas de juros praticadas pelo Banco Central, atualmente em 13,75% ao ano, encontraram sintonia e apoio de boa parte da população brasileira. Pelo menos foi isso que a última pesquisa Datafolha, sobre os três primeiros meses do novo governo, demonstrou.  Para 80% dos entrevistados, Lula acerta ao pressionar o BC pelo corte dos juros. Outro dado registrou que para 71% dos entrevistados, a taxa Selic está mais alta do que deveria.

Para o deputado Adão Pretto Filho, o mecanismo serve principalmente para beneficiar o mercado financeiro: “A taxa de juros no Brasil empobrece o sistema produtivo e tira as forças da grande maioria da população que tem que levantar cedo para trabalhar ou buscar trabalho. Ela é boa só para os especuladores que não produzem nada. Não é aceitável batermos recordes na desigualdade social e na taxa de juros mais alta do planeta” criticou.

O deputado Miguel Rossetto, que preside a Comissão Especial para debater a Reforma Tributária na Assembleia, considera o comportamento do Banco Central brasileiro, único no mundo. Para o parlamentar a pesquisa revela que o presidente Lula está correto em sua crítica:  “Essa taxa de juros é injustificável, é a maior do mundo com consequências desastrosas; produz recessão, desemprego. O Brasil está sequestrado por um Banco Central que segue sendo dirigido por Bolsonaro e por Guedes, mesmo derrotados na eleição”, apontou.

Para o deputado Zé Nunes, a postura do Banco Central, atrapalha a retomada do desenvolvimento do país.  “O presidente Lula está fazendo um enorme esforço para recuperar a economia interna do país, restabelecer a renda e o consumo digno da população. Na contramão disso, o Banco Central, a serviço do sistema financeiro, aumenta e mantem taxa de juro alto, numa desculpa de ameaça de inflação, onde a caixa é de fato incompatível com a medida adotada” ponderou.

Os pesquisadores do DataFolha ouviram 2.028 pessoas com 16 anos ou mais em 126 cidades, nos dias 29 e 30 de março de 2023.

 

Texto: Adriano Marcello Santos

Foto: Ricardo Stuckert