Projeto sobre criação de abelhas nativas sem ferrão pode beneficiar mais de 10mil meliponicultores

Projeto sobre criação de abelhas nativas sem ferrão pode beneficiar mais de 10mil meliponicultores
Divulgação

Após muito diálogo com meliponicultores, os deputados estaduais Zé Nunes (PT) e Capitão Macedo (PSL) protocolaram na Assembleia Legislativa, o Projeto de Lei nº 94/21, que dispõe sobre a criação, o comércio, o transporte e a conservação de abelhas nativas sem ferrão (meliponíneos) e de seus produtos no Rio Grande do Sul.

A meliponicultura é a criação das abelhas nativas sem ferrão, que produzem mel com qualidade destacada. No Brasil houve um crescimento significativo desta atividade nos últimos anos. “Somente no Rio Grande do Sul estima-se que existam em torno de dez mil meliponicultores. O setor vem se organizando com a formação associações representativas e com a realização de frequentes encontros e seminários em todas as regiões do Estado, para o desenvolvimento técnico dos meliponicultores e dos novos interessados na atividade e na disseminação junto à sociedade para a estruturação e organização do setor. Entretanto, apesar do crescimento, a meliponicultura não teve o devido atenção seja na legislação regulatória e nas políticas públicas de apoio”, explicou Zé Nunes, coordenador da Frente Parlamentar da Apicultura e da Meliponicultura da AL.

Na avaliação dos meliponicultores, no país, a atividade ainda é tratada pelos órgãos reguladores e fiscalizadores sob a ótica da prática de crime ambiental, desconsiderando a contribuição que presta para a sustentabilidade ambiental, a partir da prestação do fundamental serviço ecossistêmico da polinização, que as abelhas exercem. Os meliponicultores desejam que a atividade seja também reconhecida enquanto atividade produtiva, contemplando todos os pilares da produção sustentável.

Segundo Capitão Macedo, é necessária a criação de um ambiente legal de inclusão e orientação, reduzindo o foco punitivo, de forma a promover a atividade com informações e segurança jurídica daqueles que pretendem exercer essa atividade tão importante para a conservação e preservação das abelhas nativas sem ferrão e de toda a biodiversidade. “Essa proposta foi construída com participação dos meliponicultores, especialmente, de lideranças ligadas à várias associações e federações ligadas ao setor”, lembrou Capitão Macedo.

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)