segunda-feira, 25 novembro

O deputado estadual Edegar Pretto (PT) usou a tribuna da sessão virtual da Assembleia Legislativa desta terça-feira (16), para expressar sua indignação com a proposta de uma emenda que tentou incluir a volta das aulas presenciais como atividade essencial no Rio Grande do Sul.

A emenda foi apresentada pelo Partido Novo, na votação do Projeto de Lei 144/2020, de autoria da deputada Fran Somensi (Republicanos), que reconhece a prática da atividade física e do exercício físico como essenciais para a população do estado em estabelecimentos prestadores de serviços destinados a essa finalidade, bem como em espaços públicos em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais.

A bancada petista foi contrária ao texto da emenda, que buscava embutir no projeto a atividade presencial nas escolas, mesmo em meio à pandemia. Ao final, foi aprovada por unanimidade, com 51 votos favoráveis, a emenda 2 ao PL 144/2020, que inclui a educação infantil e o ensino fundamental como atividades essenciais, observado o equilíbrio entre a promoção da saúde pública e o desempenho das atividades educacionais.

Em sua fala, Edegar Pretto lembrou a grave crise do estado e do país, e disse que o momento não é de disputa ideológica. “Não temos alternativa que não seja cerrar fileiras para salvar vidas. Quem de vocês não conhece alguém das suas relações que está doente, internado ou que faleceu?, perguntou.

O deputado disse que o coronavírus é o ‘vírus da morte’, e citou que não há mais faixa etária de risco para a doença. “Temos crianças, jovens, adultos e pessoas idosas doentes e morrendo. Esta doença está matando o nosso povo de uma forma assustadora”, alertou.

Em relação à proposta de volta às aulas presencial embutida na emenda, Pretto citou números dos casos de contaminação por covid no estado. Conforme os dados, crianças de até um ano somam 3.469 contaminadas; de um a 4 anos, 8.425 casos; de 5 a 9 anos, 10.701; de 10 a 14 anos são 13.388. “São crianças como as minhas, as suas. Os pequenos vão para a escola, trocam um brinquedos e até a chupeta. Vocês vão dizer que vai ter atendimento com protocolos? Em que mundo vocês vivem?, cobrou o deputado.

O parlamentar acrescentou que muitas escolas públicas sequer têm papel higiênico. Argumentou concordar com projeto original da colega deputada, mas não com a contradição da emenda para voltar às aulas presenciais. Neste ponto Pretto, citou as carreatas realizadas no último final de semana na capital, com buzinaços em frente aos hospitais, e pelas ruas pedindo a reabertura do comércio. “Não podemos concordar com atos criminosos de pessoas sem compaixão”, resumiu.

Por fim, Edegar Pretto reiterou sua defesa pela vacinação urgente da população gaúcha, e fez um apelo aos colegas parlamentares: “Em plena pandemia, com o estado batendo recordes de mortes, o momento não é de abrir escolas. Precisamos encontrar caminhos para a crise, e proteger as crianças e os mais pobres, para que possam ficar em casa sem passar necessidade”, concluiu.

Texto: Leandro Molina (MTE 14614)

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