A quarta edição será na segunda-feira, 09 de Novembro, às 14h.
Os trabalhos apresentados nesta terceira parte foram:
– Horta Orgânica Escolar: Meu Pedacinho de Chão – EEEF Tomé de Souza – Escola do Campo – Vila Sertãozinho/Alpestre-RS – Professora Juliana Marcia Piotrowski – O ambiente e as vivências da escola do campo propiciam a construção de conhecimentos potencializadores, através de ações pedagógicas interdisciplinares, baseadas na experimentação, na pesquisa e/ou no protagonismo dos estudantes. Todos os cultivares são objetos de pesquisa bibliográfica, o que resulta em extensa produção escrita que descrevem suas características, aplicações culinárias, na forma de folders, marca-páginas e posts no blog da escola. Nesse sentido, em 2019, foi lançado o livro: “Panc: de volta para o futuro”, com a descrição das plantas antigas já resgatadas. Todo o trabalho com o projeto da horta é permeado pela análise contínua e interdisciplinar em sala de aula, encaminhados sempre pela coordenação pedagógica, de todo o processo de produção, como medições na horta, estudo físico-químico do solo, relações ecológicas, observações climáticas, topografia, etc.Todas as atividades desenvolvidas são apresentadas pelos alunos, professores e pais, organizados em grupos, na forma workshop, à plateia do Seminário da Agricultura Familiar, que acontece em outubro, em sua VIII edição em 2020.
– Aproveitar e produzir alimentos de forma sustentável – Colégio Estadual Monsenhor Assis – Santiago/RS – Professoras: Rosemar da Silva Wesz e Aurea Machado Dorneles – Promover boas práticas de manipulação de alimentos com técnicas de aproveitamento integral de alimentos com alunos de uma escola pública.O projeto foi aplicado nas turmas de 5º ano do Ensino Fundamental e nas turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A a partir do uso de alimentos que seriam descartados no lixo e propõe ações de aproveitamento dos alimentos num todo, dentro das normas legais de boas práticas de higiene e manipulação dos alimentos, além do respeito e preservação ao meio ambiente através de técnicas dos fundamentos agroecológicos na horta existente na escola. Defende como ponto importante do projeto a grande relevância social da temática. Sabendo que se trata de uma prática benéfica para a saúde, para a economia e para o ambiente, acreditamos que oferecer ensinamentos e atividades sobre aproveitamento e produção de alimentos de forma sustentável no contexto escolar é fundamental, pois pode gerar uma mudança de hábitos nos alunos, o que se espera que seja reproduzido por suas famílias. Outro ponto que considerado de grande relevância no projeto consiste no fato de que ele está organizado com o intuito de promover a construção de conhecimentos teóricos e práticos referentes à alimentação saudável e ao aproveitamento de alimentos de forma ativa por parte dos alunos, tendo por base a compreensão de Freire de que “ensinar não é transferir conteúdo a ninguém, assim como aprender não é memorizar o perfil do conteúdo transferido no discurso vertical do professor” (1996, p. 118)
– Alternativas viáveis de desenvolvimento de caixa entomológica sem crueldade – EEEM São José – Constantina/R – Professora Marina Corso Volpi – Expor aos alunos a importância da construção do modelo alternativo da coleção entomológica, de um novo método alternativo ao uso de animais no ensino, caracterizado como uma ferramenta de rigor educacional tão eficaz quanto o modelo tradicional. O estudo possibilitou uma análise de diferentes formas do desenvolvimento de aulas práticas referentes ao reino animal, mais especificamente a insetos, sem agir com crueldade para com os mesmos. Além disso, também permitiu uma pesquisa de campo com os alunos verificando ambientes e características de vida dos animais em questão. De um modo geral a pesquisa bibliográfica proporcionou aos alunos um conhecimento das diferentes formas de desenvolver uma caixa entomológica sem crueldade, das quais, os mesmos concluíram que a fotografia seria a mais viável. O trabalho em grupo ainda proporcionou, além de material com baixo custo e o uso da criatividade dos alunos nas fotografias, uma fonte de estudo e a oportunidade do trabalho coletivo na escola e fora dela.
– Bicelétrica: transformando energia corporal em eletricidade – EEEF Aurélio Reis – Porto Alegre/RS – Professor Cristianderson Lubini – O projeto proporcionou e tem proporcionado um amplo debate e reflexões em torno do que comemos e como nos movimentamos. A merenda escolar, a cozinha e o trabalho da merendeira tornaram-se um momento importante para esta reflexão. Salada e legumes passaram a receber a devida importância para colorir o prato das crianças, bem como o equilíbrio para uma alimentação saudável. Alimentos industrializados passaram a ser questionados, e em muitos momentos compartilhamos culinárias de biscoitos, iogurte e sucos naturais refletindo a compreensão da importância de cuidado com o corpo, pois somos o que comemos. O que parecia ser uma atividade simples, como andar de bicicleta, para alguns ainda é um desafio, pois várias crianças (acima de 12 anos) ainda não sabem equilibrar-se sobre as duas rodas. Há estudantes que nunca subiram em uma bicicleta. Nas práticas realizadas fora do espaço escolar, percebeu-se que os estudantes gostam e sentem necessidade de ocupar as praças e espaços de lazer e que estes podem ser espaços de práticas esportivas, como vivenciadas em uma das atividades. Relatos afirmam que a insegurança e a falta de estímulo por parte das famílias são os principais fatores para o distanciamento destes espaços e práticas. Durante o projeto, percebeu-se que os aparelhos eletrônicos têm tomado grande parte da vida da sociedade, em especial os jogos eletrônicos dentre os mais novos. Estes são os sintomas de uma juventude que está crescendo dentro de telas e aparelhos eletrônicos em jogos virtuais. A prática de brincadeiras de rua e esportes acabam por perder seu espaço, sendo estes fundamentais para o seu desenvolvimento.
– Eco Saberes: As Plantas Alimentícias Não Convencionais – Panc Na Merenda Escolar – EMEF Guerreiro Lima – Viamão/RS – Professor Leandro Martins – Passados dois anos da introdução do projeto já recebemos retorno de diversas famílias sobre as mudanças de hábitos alimentares, mudanças não só dos alunos mas das famílias de um modo geral. Eles levam aprendizados sobre agroecologia e implementam as técnicas em suas hortas domésticas, preparam em casa algumas receitas feitas na escola e apresentam aos familiares as novas opções de alimentos muito mais barato e nutritivo, além disso ocorre um resgate de memórias nessas famílias. Pesquisa Científica – CPDI Escola Rural. O projeto objetiva desenvolver o espírito pesquisador nos discentes, trazendo à tona temas de seus interesses, vinculados à escola do campo, com projetos adaptados a esta realidade. Os alunos pesquisas sobre árvores nativas, agricultura e tecnologia, intervenções no meio ambiente e fazem ações de cunho prático em semanas temáticas que se realizam ao longo do ano, tendo como pano de fundo os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A linha pedagógica utilizada é a pedagogia de projetos, aliado à perspectiva da educação pela pesquisa do Professor Pedro Demo, a qual tem tido excelentes resultados com alunos apresentando seus trabalhos em feiras nacionais de agricultura, bem como outros espaços regionais. Os recursos utilizados são obtidos por meio de empresas parceiras que repassam um valor para pagamento do Educador Social e o estado fornece Recursos Humanos como forma de colaborar com o Projeto que tem sido modelo na região. Consideramos e concluímos, portanto, que a educação pela pesquisa, aliada aos temas de interesse do aluno da escola do campo, tem potencial para trazer inúmeros benefícios.
Veja também:
– Boas Práticas da Escola Pública apresentadas em segunda edição de Webinário
https://sofiacavedonpt.
– Comissão lança o II Observatório da Educação e a Mostra das Boas Práticas da Escola Pública do RS
https://sofiacavedonpt.