Pretto diz que governo não pode cruzar os braços diante dos problemas da seca no RS

Pretto diz que governo não pode cruzar os braços diante dos problemas da seca no RS
Foto Carlos Silva

Terminou sem muito efeito prático a reunião de deputados gaúchos e do governador do Rio Grande do Sul, que tiveram audiência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na tarde desta quarta-feira, em Brasília.

No encontro, em missão oficial do parlamento gaúcho, o governador e deputados falaram da situação da seca no estado, considerada a mais severa desde 2012, com grandes prejuízos nas lavouras. De acordo com dados apresentados, 115 municípios gaúchos decretaram situação de emergência devido à estiagem, mas até o momento somente 11 tiveram a condição homologada pelo governo do Estado.

Conforme a ministra, os pedidos formalizados ao governo federal ainda dependem de aval do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo o deputado Edegar Pretto (PT), que integrou a missão, a reunião foi representativa, e o governo gaúcho se concentrou no pedido de prorrogação de dívidas. O deputado conta que entregou à ministra a mesma pauta apresentada ao governo do Estado em janeiro, quando ele esteve como presidente interino da Assembleia Legislativa e participou de reunião no Palácio Piratini com o governador em exercício, Luís Augusto Lara (PTB), prefeitos e agricultores de 50 municípios do estado.

Na pauta consta o pedido de ações emergenciais para atender famílias de pequenos agricultores, assentados da reforma agrária e povos tradicionais. As reivindicações, apresentadas em conjunto com os movimentos da Via Campesina, tratam de questões como garantia de água para o consumo humano para todas as famílias do campo; doação de milho para alimentação animal; criação de um cartão emergencial no valor de R$ 500 mensais, por um período de seis meses; anistia das dívidas de até 30 mil reais de agricultura familiar; repactuação do saldo devedor em 10 anos; anistia do troca-troca; prorrogação das dívidas do FEAPER; criação de um Programa de Armazenamento de Água e Estrutura de Irrigação; crédito emergência para a recuperação da capacidade produtiva, no valor de R$ 10 mil com três anos de carência e prazo de 10 anos para pagamento; e crédito de R$ 30 mil através de um programa camponês.

Pretto lembra que o efeito da seca compromete as principais culturas agrícolas e pecuárias no Rio Grande do Sul, e que o governo ‘não pode cruzar os braços diante de uma situação que atinge milhares de famílias’. O deputado ainda cobra que o governo gaúcho faça a homologação coletiva dos decretos dos municípios em situação de emergência. “Sem a homologação os municípios não podem ter acesso aos benefícios de ajuda humanitária”, pontua.

Também participaram da missão em Brasília os deputados Ernani Polo (PP); Adolfo Brito (PP); Fábio Branco (MDB); Gabriel Souza (MDB); Franciane Bayer (PSB); o secretário de Agricultura do RS, Covatti Filho (PP); o governador Eduardo Leite (PSDB); e deputados da bancada federal gaúcha na Câmara.

Texto: Leandro Molina (MTE 14614)