Adão Pretto recebe especialistas para tratar do fomento à agricultura livre de agrotóxicos

Adão Pretto recebe especialistas para tratar do fomento à agricultura livre de agrotóxicos

O Brasil é o recordista mundial no uso de agrotóxicos. Como forma de contrapor essa cultura estabelecida na maioria das plantações do país, o deputado Adão Pretto Filho (PT) protocolou ainda em 2023 um projeto de lei que prevê a criação da Política Estadual de Fomento à Agricultura Regenerativa, Biológica e Sustentável no Rio Grande do Sul. A iniciativa tem como objetivo principal a redução do uso de agrotóxicos e, por consequência, uma maior produção de alimentos orgânicos.

Na última terça-feira (11/06), Adão Pretto promoveu uma reunião com especialistas da Emater, representantes de entidades, movimentos sociais, como o MST, profissionais da imprensa e do governo do estado.

O objetivo foi apresentar o projeto e entender as demandas de pessoas envolvidas com a agricultura livre de agrotóxicos. A proposta vai ao encontro dos princípios da agroecologia, que consiste na coexistência de diferentes culturas e raízes, com fortalecimento do solo através de microrganismos biológicos. Esse tipo de conceito faz com que a agricultura resista aos extremos climáticos, sejam estiagens ou enchentes, garantindo menor impacto nas lavouras, sem uso de agrotóxicos.

“Precisamos de uma nova matriz de produção de insumos. O uso excessivo de produtos químicos nas lavouras nos fez chegar à situação atual, de país recordista no uso de agrotóxicos. A transição para os bio-insumos é uma necessidade de todos nós. Precisamos de mais comida orgânica e que ela seja acessível para as pessoas”, explica Adão.

O deputado também defende uma maior autonomia dos agricultores, que hoje acabam sendo muitas vezes reféns das multinacionais do ramo de agrotóxicos. De acordo com o agricultor Maurício Piccin, da cidade de General Câmara, a transição agroecológica permite ao produtor gastar menos na lavoura e ter maior rentabilidade.

O deputado Adão Pretto defende que produtores que adotem o plantio através de bio-insumos tenham incentivos, como redução de juros para custeio e investimentos nas plantações.

“Não podemos ficar de braços cruzados diante de tudo que estamos passando. Muito dessa catástrofe climática do Rio Grande do Sul está diretamente relacionado com os abusos de químicos na nossa agricultura”.

O PL104/2023 está atualmente na comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa do RS.

 

Texto: Guilherme Zanini
Foto: Paulo Roberto da Silva