sábado, 23 novembro
Crédito Vanessa Vargas

Com o Plano de Trabalho aprovado para o próximo biênio, a Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da AL/RS deu início nesta terça-feira (26) as escutas da comunidade escolar gaúcha.

Presidida pela deputada Sofia Cavedon (PT) foram debatidas na reunião o fechamento do turno integral das escolas abertas estaduais Ayrton Senna e Vila Cruzeiro do Sul, localizadas em Porto Alegre; o fechamento da escola Alberto Bins, na Grande Cruzeiro também na capital; aprovada a realização de audiência pública sobre a atual situação das escolas de campo. Também na pauta da Comissão a greve dos professores e professoras do Centro Universitário Metodista IPA. A audiência contou com a presença da secretária adjunta da Educação, Ivana Genro.

 

Escolas abertas

Nas manifestações dos diretores Adroaldo Machado Ramos (Ayrton Senna) e Alisson Nascimento (Vila Cruzeiro do Sul) foram destaca a situação das escolas abertas e sua importância para as comunidades carentes e vulneráveis. Diferenciadas pelo acolhimento especial em turno integral durante o ano todo, as direções apelaram ao governo para que o projeto continue e seja fortalecido. “Fechar escolas, em especial as abertas, que trabalham para resgatar as crianças do tráfico, não é o caminho”, afirmaram.

A presidente da Comissão, deputada Sofia, disse que não pode aceitar o fechamento das primeiras séries e nem a enturmação dos alunos em séries mais adiantadas. “Não podemos aceitar a renúncia ao acolhimento. Ao se fecharem estas portas estamos levando crianças à evasão”, concluiu. Sofia anunciou que ocorrerá nova reunião sobre o tema com a participação das outras escolas localizadas no interior do estado. A Secretária adjunta da Seduc afirmou na reunião que não existe nenhuma decisão de fechar as escolas abertas. “Acolho o que ouvi aqui e daremos retorno em breve”, disse.

 

Escolas de Campo

A Comissão de Educação aprovou a realização, solicitada pelo deputado Zé Nunes (PT), da audiência pública para tratar da atual situação das escolas de campo no Estado, que será realizada em Porto Alegre com data a ser definida.

 

Greve dos Professores/as do IPA

Os professores do IPA, em greve desde o dia 18 de fevereiro, registraram na audiência a grave situação que se encontram e solicitaram apoio às deputadas e deputados para que a Igreja Metodista, proprietária do Centro Universitário Metodista, “assuma sua responsabilidade com a instituição, seus trabalhadores e estudantes e estabeleça um canal de interlocução com o corpo docente”.

O diretor do Sinpro/RS, Marcos Fuhr, acompanhado de uma comissão de professores/as da instituição, explicou que a categoria está em greve pelo atraso no pagamento dos 30 dias de férias e parte do salário de janeiro. Ele convidou as e os parlamentares a se integrarem na luta pela manutenção do IPA: “Com o crescimento da mercantilização da educação em nosso estado, a luta pela manutenção de instituições que são referência em qualidade não pode ser apenas da comunidade acadêmica, mas sim uma causa da sociedade gaúcha”, destacou.

Sofia Cavedon informou que a Comissão irá encaminhar ofício solicitando uma reunião com o Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa, titular da 2ª Região Eclesiástica, e com o Reitor Norberto Garin, para tratar do assunto. “O IPA é um patrimônio cultural do estado que desenvolvia atividades significativas de extensão voltadas à comunidade. Precisamos resgatar essa trajetória da escola”, salientou a presidenta.

 

Diretrizes

No período de Conhecimento de Matérias da Alçada da Comissão, os parlamentares aprovaram as diretrizes de trabalho para o biênio 20191/2020. Conforme a proposta apresentada pela deputada Sofia Cavedon, a CECDCT pretende realizar um diagnóstico dos setores da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, através de atividades e estratégias como levantamento e estudo de dados em parceria com o Tribunal de Contas do Estado, Ministério Público, Conselhos das respectivas áreas, Secretarias de Estado, Universidades e entidades afins; audiências públicas; visitas e publicização de boas práticas e diálogo através de processos participativos envolvendo as comunidades escolares, cultural e científica e o protagonismo da juventude. O órgão técnico almeja, ainda, realizar atividades de formação envolvendo profissionais das diversas áreas afetas à Comissão, como professores, artistas, desportistas, estudantes, pesquisadores e, acolher demandas específicas.

 

Texto: Marta Resing (MTE 3199)

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