sábado, 23 novembro

Fotos: Joaquim Moura

A Assembleia Legislativa inaugurou na manhã desta terça-feira (24) uma sala de amamentação para atender servidoras e visitantes. A iniciativa é da Procuradoria Especial da Mulher, coordenada pela deputada Sofia Cavedon (PT), e o espaço funcionará no próprio órgão legislativo, que fica na entrada do prédio do parlamento, no andar térreo.

A Organização Mundial da Saúde  (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam o aleitamento materno até os dois anos e a amamentação exclusiva até os seis meses de vida. Por proteger contra diversas doenças, o leite materno é considerado a primeira vacina do bebê. No entanto, os índices de amamentação no Brasil são considerados muito baixos, ficando a média em 54 dias. A sala de amamentação tem o propósito de incentivar e criar condições objetivas para que as mulheres prolonguem este período.

Sempre enfatizando que a amamentação é um direito da mulher e do bebê, Sofia Cavedon disse que o espaço é de acolhimento para as mulheres que quiserem, mas que elas podem amamentar onde desejarem. A procuradora lembrou que a sala é uma conquista, fruto do trabalho de um “conjunto de mulheres que furaram barreiras num lugar em que são minorias”, referindo-se à bancada feminina no parlamento gaúcho, que conta com apenas 11 integrantes.

O presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), comemorou a conquista e conclamou os demais deputados a se somarem à luta das mulheres pela ampliação de espaços institucionais e na sociedade. “Quero aproveitar e fazer um chamamento para que os homens assumam também a tarefa de ampliar espaços junto com as mulheres. Sou pai e avô e sei que iniciativas como essa, que oferecem um lugar aconchegante e tranquilo para amamentação, são importantes”, apontou.

Valdeci afirmou também que é parceiro para colaborar na transformação da sala de amamentação do parlamento gaúcho em referência para outros poderes e para a sociedade. “Nosso compromisso não é só no discurso. Contem comigo para melhorar e aprimorar essa conquista”, frisou.

Autora de dois projetos de lei que incentivam o aleitamento materno, a procuradora adjunta Juliana Brizola (PDT) declarou que “foram necessários sete anos para convencer os colegas e  efetivar essa conquista, que representa uma picada aberta num longo caminho” e desejou que o próximo passo, que é criar condições para extração de leite materno no local, não seja tão demorado.

O ato de inauguração contou com a participação de representantes de diversas entidades da sociedade civil. As deputadas Luciana Genro (PSOL), Franciane Bayer (Republicanos) e Stela Farias (PT) e a presidente da Associação Gaúcha de Aleitamento Materno, Cris Viana, o presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Júlio Alt, e a fonoaudióloga  Lucimara Rodrigues da Silva também se manifestaram.

Texto:  Olga Arnt

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