Por Sofia Cavedon – Deputada Estadual do PT
A Secretaria Estadual de Saúde escancarou nesta semana o colapso do sistema de saúde: hospitalizados por covid-19 mais que dobraram de janeiro para fevereiro e que não há como prover leitos de UTI suficientes para atender.
Pressionado por um documento conjunto do Ministério Público Federal, das Defensorias Públicas do Estado e da União, da Associação dos Juízes pela Democracia e por seu Comitê Científico, impôs, enfim, restrições da bandeira preta. Porém, liberou a abertura das escolas de Educação Infantil e para os primeiros anos do Ensino Fundamental.
O apelo das médicas, dos especialistas de que é preciso conter imediata e urgentemente a transmissão do vírus, não coaduna com essa liberação. Nesse momento, a educação e os cuidados com as crianças têm que ter uma solução assumida por toda a sociedade. As empresas e atividades que realmente não podem parar, sob pena de perdas de vida, devem possibilitar aos seus trabalhadores que organizem horários para dividir na família os cuidados com os filhos. É o tempo que precisamos para mantermos a vida e buscarmos a vacinação de todos e todas.
Passamos todo 2020 lutando contra o negacionismo, os ataques à ciência, defendendo o distanciamento, os cuidados de higiene, por condições de tecnologia para o ensino remoto, por apoio aos empregos, à renda mínima, cesta básicas, tudo sem a perspectiva de solução para a crise humanitária que vivíamos.
Agora que a vacina já é uma realidade e a possibilidade de restauro da vida livre, do encontro, da atividade laboral plena é um horizonte próximo, nada justifica acelerarmos a volta a uma normalidade que não é real e empurrarmos à doença e à morte a população obrigada a trabalhar.
Agora que a vacina já é uma realidade e a possibilidade de restauro da vida livre, do encontro, da atividade laboral plena é um horizonte próximo, nada justifica acelerarmos a volta a uma normalidade que não é real e empurrarmos à doença e à morte a população obrigada a trabalhar.
Defendemos a economia que garante vida e não o contrário. Por isso, aprovamos recursos no orçamento estadual para que o governo possa comprar vacinas. Por isso, mobilizamos leis e lutas para que o governo federal assuma sua responsabilidade e vacine o povo brasileiro! Por isso apresentei projeto de Lei colocando às trabalhadoras e trabalhadores da educação como prioritários para a vacinação, após o primeiro grupo. Só com vacina, a volta das aulas presenciais será segura para todas e todos: as/os profissionais, as crianças e jovens e suas famílias e não contribuirá para o colapso do sistema de saúde e a ampliação das mortes. #VacinaEducaçãoJá
Artigo publicado na edição do dia 01/Março no jornal Correio do Povo.