segunda-feira, 25 novembro
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Passado o segundo turno das eleições municipais, a Assembleia Legislativa do RS retoma nesta terça-feira (1º) a apreciação de projetos de lei, já utilizando o sistema híbrido de votação, que possibilita que parte dos deputados esteja presencialmente no Plenário 20 de Setembro, enquanto os demais seguem participando de forma remota. Também foi convocada outra sessão extraordinária para quarta (2)

Estará em pauta o PL 35/2020 encaminhado em 18 de fevereiro pelo governador Eduardo Leite (PSDB), que estabelece reajuste de 4,5% ao salário mínimo regional de 2020 para repor a inflação do ano passado.

O reajuste deverá ser retroativo a 1º de fevereiro, data-base do chamado piso regional. Com o aumento, as cinco faixas salariais ficariam entre R$ 1.292,82 e R$ 1.638,36.

“Estamos pressionando os deputados estaduais, especialmente os aliados do governo, para que aprovem esse projeto que vai beneficiar cerca de 1,3 milhão de trabalhadores e trabalhadoras do Rio Grande do Sul”, afirma o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.

Para ele, “os preços dos alimentos dispararam e os menores salários pagos no Estado estão congelados, reduzindo ainda mais o poder de compra de quem recebe o mínimo regional”.

Dos três estados do Sul, somente o RS ainda não efetuou o reajuste deste ano. Santa Catarina aprovou aumento de 4,96% e o Paraná, 5,86%. São inclusive percentuais maiores que o aplicado no mínimo nacional.

“Cobramos a aprovação do reajuste do mínimo regional”

O projeto chegou a entrar na pauta do plenário da Assembleia antes das eleições, mas a base aliada do governador retirou o quórum por duas vezes para evitar qualquer desgaste aos seus candidatos a prefeito e vereador nos municípios.

“Agora eles não têm mais essa desculpa esfarrapada e, por isso, cobramos a aprovação do projeto que corrige o salário dos trabalhadores com o menor poder aquisitivo e que aguardam esse reajuste desde fevereiro”, ressalta o dirigente da CUT-RS.

Nespolo alerta que representantes de federações empresariais se manifestaram ao longo do ano contra o reajuste, alegando que a pandemia de coronavírus prejudicou a economia gaúcha e chegaram a defender o fim do piso regional.

“Não é de agora que patrões gananciosos atacam esse poderoso instrumento de política pública, que ajuda, e muito, a distribuir renda, reduzir as desigualdades e fazer girar a roda da economia”, destaca.

O diretor da CUT-RS orienta os sindicatos e as federações a fazer pressão sobre os deputados, através do envio de e-mails, mensagens e contatos. “Não podemos permitir que os parlamentares se comovam com as lágrimas de crocodilo desses empresários descomprometidos com os trabalhadores que eles ainda têm a cara de pau de chamar de colaboradores”, conclui Nespolo.

Fonte: CUT-RS

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