domingo, 24 novembro

Pesquisa da CNT/MDA, divulgada nesta semana, aponta que 90% da população considera que há uma alta nos preços dos alimentos e bebidas. Este aumento de preços tem um impacto três vezes maior entre as famílias de baixa renda. Para a Bancada do PT na ALRS, esse quadro só reforça a urgência de um programa permanente de renda básica. “Como ficará a situação destas famílias com o fim do auxílio emergencial em dezembro?” questiona o deputado Luiz Fernando Mainardi. “O RS poderia fazer a sua parte com um programa estadual, conforme projeto que apresentamos na ALRS”, lembra o deputado Valdeci Oliveira.

De janeiro a outubro, a inflação foi de 3,68%, enquanto a da alta renda ficou em 1,07%. Os dados são de outro estudo, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo os dados do IPCA-15, que subiu 2,31% entre janeiro e outubro, comer e beber ficou 9,75% mais caro no período.

Considerados apenas os alimentos consumidos no domicílio, comprados em mercados, o avanço de preços no ano foi de 12,69%. Como consequência, a inflação percebida pelas famílias de renda mais baixa subiu a 5,48% nos 12 meses encerrados em outubro. Entre os mais ricos, a inflação foi de 2,50% no período. “Os alimentos no domicílio representam 30% do cálculo da inflação da baixa renda. Enquanto entre a dos mais ricos não chega a 10%. Então, o impacto do aumento de preços acaba sendo muito menor entre os mais ricos”, disse ao ‘Estado de S. Paulo’ Maria Andréia Parente Lameiras, técnica da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea.

Para o deputado Luiz Fernando Mainardi, é preciso lembrar que o que tem subido é aquilo que é consumido no dia a dia pelas famílias, como arroz, feijão, óleo de soja, ovos, leite, farinha de trigo. “Essa alta de preços, combinada com a ausência de uma política efetiva de acesso à renda, recoloca o Brasil no mapa da fome. A meta perseguida pelos governos Lula e Dilma, de cada brasileiro pudesse ter ao menos três refeições por dia, não faz parte da agenda da equipe econômica de Bolsonardo e Guedes”, critica.

O arroz subiu 51,72% de janeiro a outubro. O feijão carioca, espécie mais consumida no país, avançou 21,15%. A farinha de trigo está 13,76% mais cara. A alta acumulada pelo óleo de soja alcançou 65,08%. As frutas aumentaram 18,49%; o tomate, 52,93%; as carnes, 11,04%; o leite longa vida, 32,75%.

Neste cenário, o governo do Estado poderia fazer a diferença, na opinião do deputado estadual Valdeci Oliveira. “Se não estivesse alinhado com a política econômica de Bolsonaro e Guedes, o governador Eduardo Leite já teria implementado um programa de renda básica emergencial”, avalia. “Apresentamos um projeto no Legislativo, logo no início da pandemia, que até agora não foi votado. Nos colocamos à disposição do governo, para apresentar a proposta, mas também não houve interesse”, criticou o parlamentar.

Eliane Silveira – MTB 7193 – Com informações da Agência PT

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