Reconhecer como de relevante interesse cultural do Estado do Rio Grande do Sul a Pesca Colaborativa entre pescadores artesanais e botos na Bacia do Rio Tramandaí. Este é o objetivo do Projeto de Lei do deputado estadual Zé Nunes (PT), aprovado na sessão plenária desta quarta-feira (30). Com a aprovação, o Poder Público fomentará parcerias com entidades e instituições, públicas ou privadas, visando ao apoio e à promoção de atividades culturais, inclusive, garantindo a segurança necessária ao bem-estar do público presente aos eventos dessa natureza.
“Nossa proposta contribuirá para o melhor gerenciamento da Bacia do Rio Tramandaí, assegurando a continuidade da pesca cooperativa entre os botos e os pescadores tradicionais”, avalia Zé Nunes, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Pesqueiro na Assembleia. Segundo ele, essa interação possui importância econômica e social para a comunidade, e ao assegurar esse fenômeno, o sustento de dezenas de famílias será garantido além de preservar um importante ecossistema e uma importante interação socioambiental que somente ocorre no sul do Brasil e em nenhum outro local do mundo.
O projeto
O Projeto Botos da Barra é realizado pelo Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos da UFRGS (CECLIMAR/ UFRGS), e Campus Litoral Norte (CLN/ UFRGS). O objetivo é o fortalecimento da pesca cooperativa, divulgação de conhecimento científico, monitoramento da população de botos da barra e os impactos do uso da área e a educação e informação ambiental.
Na divisa entre os municípios de Tramandaí e Imbé, os pescadores contam com a ajuda dos botos para a pesca da tainha. A aparição dos mamíferos marinhos é sinal de que os cardumes estão nadando contra a corrente. Os pescadores artesanais de tarrafa, ao perceberem a presença dos botos distribuem-se na margem do canal, e os botos, com sinais característicos feitos com a cabeça, indicam aos pescadores o momento apropriado para o arremesso da tarrafa, facilitando a pesca e a captura do peixe pelos botos, assim os dois se beneficiam”, explica o parlamentar.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)