Em plena pandemia da covid-19, a participação da secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, em audiência pública virtual nesta quarta-feira (8), na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, não foi suficiente para contemplar todos os questionamentos dos deputados. Por sugestão da própria secretária, as dúvidas remanescentes serão abordadas em uma nova audiência, já programada pela presidência da Casa.
A audiência de hoje, proposta pela presidente da comissão, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), tinha por objetivo cumprir a legislação que determina a apresentação à Casa Legislativa dos relatórios técnicos quadrimestrais da Secretaria, no entanto, dada a excepcionalidade do momento, Zilá explicou que dividiria os trabalhos em duas etapas, a primeira para a apresentação dos relatórios, e a segunda para o esclarecimento de dúvidas referentes às ações de enfrentamento à pandemia.
Um dos primeiros deputados a se inscrever para perguntas, o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT) lamentou o pouco tempo existente para a quantidade de questionamentos que gostaria de fazer. Disse que a atenção básica no estado lhe parecia falha e pediu que o governo estadual fizesse coro para que o governo federal revogasse a Emenda Constitucional 95, que para ele é umas das principais causas do subfinanciamento atual da saúde nacional. Também perguntou qual o cronograma para a abertura total do Hospital Regional de Santa Maria, que deveria, a seu ver, ser um hospital de referência para a região, e qual o planejamento para a aplicação de recursos do governo federal para a Covid-19. Questionou ainda sobre a precarização e sobrecarga dos trabalhadores da saúde no Estado.
Respondendo à primeira rodada de perguntas, a secretária apresentou números relativos à habilitação de leitos. Disse que em março, quando elaboraram o plano de contingência, dispunham de 933 leitos, dos quais 30% destinados à Covid, e que à medida que foram organizando o sistema hospitalar, esse número foi crescendo, chegando, em 24 de junho, a 1.611 leitos habilitados. Destacou que aguardavam a habilitação de mais 74 leitos, o que daria 1.685 leitos, e que, até 30 de julho, a previsão era de 1.909 leitos. Informou ainda que, se necessário, serão requisitados leitos da rede privada. Sobre a atenção básica, assegurou que as equipes estavam muito envolvidas e acompanhavam o tema. Dando suporte a Arita, a secretária-adjunta da pasta, Aglaé Regina da Silva, apresentou dados sobre o Hospital Regional de Santa Maria, como a previsão de que, ao longo deste segundo semestre do ano, funcione um total de 130 leitos no complexo, sendo que 10 novos leitos de UTI deverão ser abertos, segundo ela, ainda neste mês. “Vamos acompanhar de perto esses compromissos assumidos. A nossa defesa, no entanto, é que, o mais rápido possível, sejam abertos todos os quase 200 leitos do Regional, de modo que o local seja uma referência estadual no enfrentamento à Covid-19. Há um risco muito grande de colapso no atendimento hospitalar no Estado, e o Regional não pode ficar ocioso justamente em um momento assim”, destacou Valdeci ao analisar as respostas das dirigentes da SES.
Texto: jornalistas Marinela Peruzzo (MTE 8764) e Tiago Machado (MTE 9415)