STF considera inconstitucional Lei que flexibiliza idade de ingresso nas escolas públicas

STF considera inconstitucional Lei que flexibiliza idade de ingresso nas escolas públicas
Foto Mauro Mello

Deputada Sofia Cavedon considera decisão uma vitória para a educação gaúcha.

No final 2019, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul sancionou o Projeto Lei que permitia a matrícula de crianças de cinco anos no Ensino Fundamental no RS. A proposta causou grande insatisfação de entidades, conselhos e trabalhadores da educação, que se mobilizaram para barrar a legislação, alegando a contrariedade com normas educacionais e princípios pedagógicos. Nesta quarta-feira (1/7), o Ministro do STF, Luís Barroso, emitiu medida cautelar apontando que a legislação é inconstitucional e cria dissonância com os critérios nacionais.

Para a presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputada Sofia Cavedon, a decisão do STF significa uma vitória para o setor, já que o projeto, que foi aprovado de forma irresponsável, impacta no ano letivo, na organização dos sistemas de ensino e no desenvolvimento das crianças.

“Derrotar no Supremo a Lei que muda o corte etário para ingresso no ensino fundamental significa respeitar o direito da criança de viver a ludicidade e a interação da infância. Além disso, desta forma iremos garantir o que está estabelecido na LDB, que confere à União a competência para disciplinar e coordenar a política nacional de educação”, afirma a deputada.

Sofia ressalta que a estruturação dos níveis educacionais têm fundamentação científica e ancora-se nas concepções de desenvolvimento e aprendizagem. Segundo a parlamentar cabe ao MEC fixar o limite etário para ingresso na Pré-escola e no Ensino Fundamental “A mudança do corte etário provocaria uma desorganização no sistema de ensino, já que a determinação da data e idade limite é a mesma utilizada como referência em todo o Mercosul”, comenta.

Segundo Sofia Cavedon, a Assembleia Legislativa e seus parlamentares devem legislar em consonância com as diretrizes dos especialistas e entidades do setor. educação. A deputada alerta que novamente tramita no legislativo projeto de lei polêmico que libera educação domiciliar no RS e não tem a concordância dos profissionais da educação. “A decisão do supremo deve servir de exemplo para que a Assembleia não cometa o mesmo erro. Educação é um setor essencial e com diretrizes estabelecida”, declara a parlamentar.

Texto: Mari Martinez