Possibilidade de Câmara Federal votar novo Fundeb em junho anima lideranças da educação

Possibilidade de Câmara Federal votar novo Fundeb em junho anima lideranças da educação
Reprodução TV AL

Representantes de entidades ligadas à educação, professores e militantes da causa educacional saíram otimistas da reunião ordinária virtual da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (9), que debateu a prorrogação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. A relatora da PEC 15/2015, que torna o Fundeb permanente, Dorinha Rezende (Democratas/TO), afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (Democratas/RJ), sinalizou com a possibilidade de colocar a matéria, que já poderia ter sido apreciada em 2018, em votação ainda o mês de junho.

Mesmo assim, a presidente da Comissão, deputada Sofia Cavedon (PT), anunciou que buscará o apoio dos demais deputados gaúchos para um manifesto em defesa da consolidação do Fundo como instrumento permanente de financiamento da educação no Brasil. Ela argumentou que, sem o Fundeb, escolas poderiam até ter que fechar e as desigualdades seriam aprofundadas. O documento deverá ser encaminhado à presidência e as lideranças da Câmara Federal.

Considerada a principal fonte de financiamento da educação brasileira, o Fundeb nasceu com data de validade. Caso a PEC não seja aprovada, o instrumento, que beneficia quase 50 milhões de estudantes brasileiros e paga integralmente a folha dos professores em muitos municípios, acaba no final do ano.

A proposta em tramitação na Câmara prevê o aumento da complementação da União de 10% para 20% até 2026 e mantém a obrigação de destinar 70% dos recursos para o pagamento dos profissionais da educação. Um dos seus pontos polêmicos é a permissão para utilização dos recursos do salário-educação para integralizar a parcela do governo federal. A relatora até admite a possibilidade, desde que os programas financiados pelo salário-educação não sofram descontinuidade. Ele sugere que o governo busque os R$ 450 bilhões depositados em “fundos parados para fazer superávit primário” como fonte para alimentar o Fundeb.

Embora otimistas com a possibilidade de votação da matéria, lideranças do setor consideram que a participação da União ainda é pequena. Elas defendem que o governo federal entre com uma complementação de, pelo menos, 40% da contribuição dos estados. Dorinha reconheceu legitimidade do pleito, mas ressaltou que “votar o Fundeb neste ambiente fiscal é um enorme desafio”. “O texto não é o ideal, mas é o possível. Foi muito bem construído, apresenta avanços importantes e pode ser aprovado”, sustentou.

Também tramita na Câmara Federal projeto que cria um auxílio emergencial de R$ 31 bilhões para a educação em 2020. A presidente da Associação Nacional de Pesquisa em Financiamento da Educação, Nalú Farenzena, afirmou que o montante se aproxima das perdas acumuladas pelo setor desde o começo do ano, que chegam a R$ 35 bilhões.

A audiência pública contou com a participação dos secretários de Educação do Sergipe, Josué Subrinho,  do Rio Grande do Norte, Getúlio Marques, e do secretário de Educação de Porto Alegre, Adriano Neves.

Ordem do Dia

Antes da audiência pública, a Comissão aprovou os pareceres favoráveis aos Projetos de Lei 330/2019 e 425/2019, ambos relatados pelo deputado Sérgio Peres (Republicanos). O PL 330/2019, que inclui o Festipizza, de Serafina Corrêa, no Calendário Oficial de Eventos do Estado, é de autoria do deputado Sérgio Turra (PP). O PL 425/2019, proposto pelo deputado Fernando Marroni (PT), inclui no Calendário Oficial de Eventos do Estado do Rio Grande do Sul o Carbomoto – Encontro Internacional de Motociclistas, no Município de Butiá.

O Colegiado aprovou, ainda, o requerimento da deputada Sofia Cavedon para realização de audiência pública com um debate a respeito do plano do governo do Estado para as atividades escolares remotas no mês de junho e a possibilidade de retorno às aulas presenciais.

Fonte: Agência de Notícias ALRS