Renda básica universal, transformações das relações de trabalho e taxação de grandes fortunas foram os temas levantados pelas duas lideranças políticas em live.
Com o avançar da crise econômica e social provocada pelo coronavírus, temas como a sobrevivência dos trabalhadores e a taxação de grandes fortunas são impulsionados ao debate público. Para pensar o mundo pós-pandemia, o deputado Fernando Marroni (PT) e o ex-governador do RS Tarso Genro se uniram nesta quarta-feira (6) em bate-papo ao vivo pelo Facebook.
Para o advogado e ex-ministro dos governos Lula, as grandes transformações tecnológicas dos últimos 50 anos apontaram para a redução da necessidade do trabalho vivo e a substituição deste trabalho por robotização, condições novas que reduziram a jornada. “Estamos em uma época da humanidade onde todos poderiam ter o suficiente para sobreviver com dignidade. Isso não ocorreu por que essas transformações tecnológicas foram apropriadas pelo capital para gerar rentabilidade e concentração financeira. Não foram socializados os benefícios dos avanços tecnológicos. O mundo do trabalho ficou cada vez mais escravo”, explanou Tarso.
Durante a live, Marroni questionou sobre a possibilidade de implementação da renda básica universal após a crise do coronavírus. “Hoje, o que se avizinha com a 4ª revolução tecnológica e com a uberização do trabalho é a supressão de necessidade de determinadas profissões. Inclusive os que estão na ponta desse processo de exploração, como Bill Gates, sustentam a necessidade de implementação de algum tipo de renda básica, até mesmo para a reprodução do próprio capitalismo”, destacou o parlamentar.
“A renda básica universal tem o mesmo valor político e histórico que teve a jornada de trabalho de oito horas durante a segunda revolução industrial”, respondeu Tarso. Para o advogado, a iniciativa é uma ideia de solidariedade dentro do sistema de capital. “Uma ideia de ponto de partida comum de igualdade que essa sociedade ultraliberal não tem condições de oferecer. Nós vemos isso na pandemia. Existem hospitais privados com vagas e não é possível reivindicar esses leitos para quem está morrendo na rua”, disse.
O bate-papo na íntegra pode ser assistido através do link: http://abre.ai/marronietarso
Texto: Laura Marques