A grave crise gerada pelo novo coronavírus colocou o mundo perante uma importante escolha. Ou protegemos a vida do maior número de pessoas que pudermos e assumimos o ônus econômico disso ou optamos por manter as atividades econômicas com normalidade e arriscamos a vida de milhares ou até milhões de pessoas. A maior parte dos governos tem optado pela primeira alternativa, com políticas de afastamento e isolamento social que pretendem evitar a disseminação descontrolada da pandemia.
Alguns poucos empresários e governos, entretanto, enxergam apenas o curtíssimo prazo, em que capitais – econômicos e políticos – podem ser corroídos pelos prejuízos advindos dos efeitos sociais da doença. A visão curta supõe que não há saída para a economia fora dos princípios macroeconômicos da austeridade. Nada mais errado e desumano, ao mesmo tempo.
Nosso desafio é manter as pessoas em afastamento social, sem, entretanto, lhes oferecer a miséria como perspectiva, fornecendo-lhes a renda que perderam. Isso é o que o PT e demais partidos de oposição propuseram, através do Programa de Renda Cidadã Emergencial. O programa, aprovado após negociações, irá garantir R$ 600,00 por trabalhador e pode chegar a R$ 1.200,00 por família com mais de um trabalhador ou chefiada por mulher, alcançando milhões de brasileiros.
Paralelamente, entretanto, é necessário criar linhas de créditos facilitadas para que as empresas também sobrevivam aos efeitos danosos da quase paralisação da economia durante um período de três a quatro meses. É assim que os EUA, a Europa e muito outros países estão enfrentando os efeitos da Covid19, numa demonstração clara de que não apenas é necessário, mas também possível fazer isso.
Talvez a crise demonstre que os paradigmas da austeridade e do ajuste fiscal, que domina a formulação econômica e a promoção de políticas macroeconômicas no mundo inteiro, tenham chegado ao seu limite e epílogo. Mas isso não é o mais importante neste momento. Estamos tratando da sobrevivência física de uma parcela da população, especialmente dos mais pobres. Precisamos agir agora. É possível!
Talvez a crise demonstre que os paradigmas da austeridade e do ajuste fiscal, que domina a formulação econômica e a promoção de políticas macroeconômicas no mundo inteiro, tenham chegado ao seu limite e epílogo. Mas isso não é o mais importante neste momento. Estamos tratando da sobrevivência física de uma parcela da população, especialmente dos mais pobres. Precisamos agir agora. É possível!
Luiz Fernando Mainardi, Deputado Estadual e líder da Bancada do PT na ALERGS