sábado, 23 novembro
Foto Mauro Mello

A Bancada do PT na Assembleia Legislativa do RS desaprova o recuo do governador Eduardo Leite, nas medidas de contenção à pandemia de Covid-19. O ponto mais grave é a posição que delega a cada município determinar o rigor das normas de afastamento e isolamento social. Na opinião da bancada, a posição do governo confronta o pedido da Famurs e delega ao elo mais fraco, que são as prefeituras, suportar a pressão daqueles que querem encerrar com o isolamento. “Trata-se de uma questão muito grave. O coronavírus não teve dificuldade alguma de ultrapassar limites continentais, por que seria diferente nas fronteiras intermunicipais?”, questiona o líder partidário, Fernando Marroni.

Na sessão plenária desta tarde, 30, realizada pela plataforma digital, os deputados Luiz Fernando Mainardi e Pepe Vargas anteciparam questionamentos aos secretários de Estado da Saúde, Arita Bergmann; do Planejamento, Leany Lemos; e, Casa Civil, Otomar Vivian. Eles participaram da reunião a pedido do presidente da ALERGS, Ernani Polo. Os questionamentos realizados pelos parlamentares petistas farão parte de um pedido de informações ao governo.

Pepe Vargas afirmou que será encaminhado por escrito um pedido de informação ao Governador Eduardo Leite e, para ele “até sexta-feira o governador vinha bem, fazendo falas públicas boas, mas esta orientação de não disciplinar a questão do funcionamento dos municípios está levando a uma brutal desorganização no RS. Hoje vários municípios já relaxaram as medidas sem o menor critério”. Como médico, Pepe lembrou que “nós precisamos de mais tempo, tanto para ir achatando a curva de transmissão como também para preparar as medidas de contingência que devem ser tomadas em termos de leitos de UTI, reforço a atenção básica e reforço de leitos de internação hospitalar que todos sabemos que acontecerá” lamentou.

Mainardi lembrou que é necessário viabilizar, junto ao Governo Federal, todas as medidas aprovadas na semana passada pela Câmara dos Deputados. O líder da bancada petista ainda pediu a secretária de Saúde que dê apoio para que o governador se mantenha firme. “A questão de liberar os municípios criou uma crise geral. Tem que ter uma ação uniforme no Estado em consonância com a OMS (Organização Mundial da Saúde), não pode afrouxar. Não podemos liberar até termos um quadro mais claro do que vai acontecer”. Para os parlamentares petistas o número de casos é muito maior do que o anunciado “porque não é feita a testagem daqueles pacientes que vão fazer a triagem, apenas dos pacientes hospitalizados e profissionais de saúde” lembrou Pepe.

Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)

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