A ausência do governo estadual na audiência pública realizada nesta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa, para debater sobre “A nova base curricular, avaliação e autonomia das escolas da rede estadual”, foi criticada pela presidente da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia. O desabafo foi feito durante a sessão plenária desta terça-feira.
De acordo com Sofia, a audiência foi realizada porque houve muita demanda, muito pedido de ajuda e de indignação da comunidade porque com o a ano letivo iniciando, as escolas foram surpreendidas com novas grades de horários das disciplinas através de sistema eletrônico. “Foi pior que a ditadura militar, que pelo menos aprovou uma nova lei de diretrizes e bases e que o ensino médio seria profissionalizante, mas aqui no Rio Grande do Sul, sem base legal, o governo do Estado impõe uma nova base através de sistema eletrônico”, argumentou.
As direções de escolas e os conselhos escolares, que estiveram na Audiência pública reclamaram da imposição. Segundo relatos, o governo desautoriza o Conselho Estadual de Educação a emitir opiniões. Ou seja, deixam de serem órgãos deliberativos. “Com essa medida, o governo ignora o parecer e uma portaria do Conselho Estadual de Educação que recomendou revogação das duas portarias que impuseram a nova base curricular”, lamentou Sofia.
Um dos pontos mais graves contidos na mudança na base curricular, conforme a presidente da Comissão de Educação, é que disciplinas como química e física e biologia, terão um único período por semana no ensino médio e sociologia, filosofia e artes deixam de ser disciplinas e passam a ser conteúdos diluídos em outras matérias. “Passam a ser assuntos transversalizados e com isso o currículo fica reduzido. Isso empobrece a formação da nossa juventude, já relegada a uma escola sem orientador e sem supervisor. É inaceitável a forma como a Seduc (Secretaria Estadual da Educação) e o governador impõem este desmonte da educação”.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747