domingo, 24 novembro
Foto Mauro Mello

A bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa do RS recebeu, na manhã desta quarta-feira (19), o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Ele veio, a convite dos parlamentares, falar sobre a atual situação da economia brasileira e gaúcha. “Os números mostram que o PIB brasileiro vinha numa rota positiva o que é interrompido no ano de 2015 com as dificuldades políticas” afirmou ele.
Para Augustin, o caso brasileiro é exemplar da hegemonia da especulação financeira sobre a economia, a política e o país. “Nossa história recente demonstra isso, particularmente de 2003 para cá. Os números, como o do PIB, apresentam os resultados de diferentes políticas na economia brasileira. Uma política desenvolvimentista entre 2003 e 2014, e políticas contracionistas que se tornaram hegemônicas após o Golpe”.
As políticas desenvolvimentistas são o investimento público alto; redistribuição de renda; gastos sociais; políticas de aumento do salário mínimo e de renda mínima; subsídio ao crescimento e ao investimento; apoio à formação profissional (investimento público em educação, ciência e tecnologia); manutenção dos direitos previdenciários; regulamentação trabalhista e investimento das estatais (Petrobras e Eletrobras).
Já, as políticas contracionistas ou neoliberais são o desmantelamento do Estado; redução dos investimentos públicos; redução dos gastos sociais, principalmente em educação saúde e cultura; ataque às políticas de redistribuição de renda; redução da renda dos trabalhadores; corte dos direitos previdenciários; desregulamentação trabalhista; política monetária contracionista; desregulamentação financeira; desinvestimento das estatais; e, desregulamentação de outras áreas como a proteção ambiental.
O ex-secretário afirma que atualmente a capacidade instalada no Brasil está subutilizada, a produção industrial caiu, o ingresso de investimentos estrangeiros diretos está em queda, a dívida bruta nunca esteve tão alta. “Isso tudo reflete no Rio Grande do Sul ainda mais tendo um volume tão grande da dívida não paga. No próximo período acho que teremos uma economia muito negativa no país e no RS” lamenta ele.

No primeiro semestre deste ano a bancada irá presidir duas Comissões Especiais, uma destinada a debater o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), do deputado Luiz Fernando Mainardi, outra para tratar debater soluções para redução do estoque da dívida do RS com a União, do deputado Edegar Pretto.

Texto: Raquel Wunsch (MTE 12867)

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