domingo, 24 novembro
Foto Mauro Mello

 

O deputado Zé Nunes fez uma comunicação de líder em nome da bancada do PT para falar sobre a saúde no RS. Durante o tempo regimental, na sessão plenária desta terça-feira (18), o parlamentar contestou os dados propagandeados pelo governo do Estado, de que estariam melhorando os indicadores da saúde. De acordo com o parlamentar, há muito tempo ele não via tantas pessoas desesperadas em busca de atendimento médico.

De acordo com anúncio feito pelo governo a “saúde do estado está organizada” e preparada para a ocasião de termos casos de coronavírus. Porém, andando pelo interior do estado, segundo o deputado, a realidade é outra bem diferente da que vem sendo propagandeada pela Secretaria de Saúde do governo Leite. Na ponta, nas comunidades, o que se vê é um número crescente de pessoas desacreditadas e desamparadas com a saúde pública do estado. “Nós estamos vendo tratamentos de quimioterapia e radioterapia a mais de 100 dias e muitas vezes sem dar perspectiva para as pessoas. Não temos visto nos últimos anos, situação tão dramática em que as pessoas ficam nos corredores dos hospitais a espera de um leito”.

Em função dessa demora, da falta de atendimento, o que está acontecendo, segundo o parlamentar é uma privatização silenciosa da saúde. “As pessoas que menos condições que não tem condições de bancar um atendimento especializado ou uma cirurgia são as mais prejudicadas. Outro dia encontrei uma senhora que relatou que havia conseguido poupar R$ 10 mil para reformar a casinha da família, mas com um câncer de pele vai ter que usar os recursos para pagar uma cirurgia”.

De acordo com Zé Nunes, há uma queda em quase todos os indicadores da saúde. No próprio relatório de prestação de contas do 2º quadrimestre de 2019, afirma o parlamentar, está comprovada a queda no atendimento e o impacto na população que mais precisa do serviço, principalmente no que tange a atenção básica. “Houve queda nos atendimentos ambulatoriais de urgência, nos atendimentos hospitalares de urgência, sendo a maior queda, comparada aos últimos 2 anos, queda nas consultas especializadas em ambulatórios e hospitais. Além disso, tivemos recentemente o levantamento de que perdemos 1.100 leitos no estado (desde 2016), (confirmado por informação do Ministério da Saúde) e a diminuição de mil servidores desde 2014”, enumerou. O parlamentar lembrou ainda que muitos municípios sequer conseguiram repor os médicos do Mais Médicos.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

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