O deputado Pepe Vargas chamou a atenção, na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (13) para os reflexos das políticas econômicas do governo federal no aumento da pobreza, desemprego, precarização do mundo do trabalho no Brasil. O país que havia saído do mapa da fome das Nações Unidas com a ajuda dos programas sociais que os governos Lula e Dilma implementaram, agora regrediu e está de novo figurando entre os países com maiores índices de fome. Tudo isso, segundo Pepe, é reflexo dos cortes feitos pelos governos Temer e Bolsonaro.
Dentre os cortes, o mais grave, para Pepe, são os feitos no programa Bolsa Família, que é voltado para atender as pessoas mais pobres do país e famílias que tem crianças pequenas. “O programa impõe uma série de condições, obrigando os pais a matricularem as crianças nas escolas, fazerem vacinação, a fazerem cursos de capacitação para poderem ter um emprego e sair do bolsa família, mas enquanto isso não acontece não dá para abandonar essas famílias”, sustentou.
Somente no Rio Grande do Sul de 2016 a 2020, o número de benefícios caiu de 418 mil para 317 mil famílias, o que significa que 101 mil famílias deixaram de ter acesso ao programa. “Não é á toa que nas grandes cidades o número de moradores de rua esteja aumentando. Na minha Caxias, segundo a Prefeitura já são 700 pessoas morando na rua, então no momento em que aumenta a pobreza não dá para o governo federal cortar os programas sociais que atendem aos mais pobres, não adianta o governo do estado cortar na professora que ganha um salário baixo e não cortar nos incentivos fiscais. Então a bolsa-empresário não ´pe cortada, mas a bolsa família que é para os mais pobres é cortada?”, questionou.
Número de benefícios por cidades nos meses de novembro e dezembro de 2019:
Porto Alegre – 7.169 famílias
Viamão – 1.396 famílias
Canoas – 1.257 famílias
Caxias do Sul – 1.012 famílias
Gravataí – 1.087
Santa Maria – 970
Uruguaiana – 868
Bagé – 834
Novo Hamburgo – 800
São Leopoldo – 779
Rio Grande – 653
Pelotas – 629
Rosário do Sul – 587
Santa Cruz do Sul – 505
Sant’Ana do Livramento – 450
Santo Ângelo – 469
Rio Pardo – 322
Santa Rosa – 318
Sapucaia do Sul – 488
Camaquã – 255
Ijuí – 302
Sapiranga – 262
Canguçu – 288
Palmeira das Missões – 177
Cortes de novembro e dezembro de 2019 chegaram a 1.012 famílias, sendo 416 bloqueios e 596 cancelamentos.
O tamanho do Bolsa Família de 2016 a 2019:
Famílias Beneficiárias (11/2019) – 7.225 famílias
Valor Repassado no Mês (11/2019) – R$1.193.862,00
Valor Anual Repassado Acumulado até 11/2019 – R$13.653.179,00
Benefício Médio (11/2019) – R$165,24 por família
Valor Anual Repassado em 2018 – R$14.044.335,00
Os números de Caxias do Sul (2016 a 2019)
2016 (Dilma) – 8.379 famílias
2017 (Temer) – 7.146 famílias
2018 (Temer) – 7.788 famílias
2019 (Bolsonaro) – 7.225 famílias novembro
2019 (Bolsonaro) – 7.036 famílias dezembro
2020 (Bolsonaro) – 6.213 famílias em janeiro (volta a números de 2014, com o início do programa).
Texto: Claiton Stumpf (com informações da assessoria de imprensa do deputado) – MTb 9747.