A Agromillora é a maior produtora mundial de mudas frutíferas. Presente nos cinco continentes, possui 11 filiais espalhadas por nove países, incluindo uma filial no Brasil, localizada em São Paulo. Apenas na planta catalã, que fica em Subirats, uma cidade da região metropolitana de Barcelona, produz-se algo em torno de 15 milhões de mudas todos os anos. O total da produção mundial chega a mais de 70 milhões de mudas, anualmente.
O processo de formação de mudas aptas para serem plantadas é complexo e delicado e utiliza de forma intensa mão de obra especializada. Em Barcelona, são 500 funcionários, que trabalham em um conjunto de laboratórios e estufas que ocupam uma área de mais de 600 mil metros quadrados.
A produção é diversificada e vai desde frutas vermelhas, como framboesa, amora, morango e mirtilo, até variadas espécies de oliveiras, passando por frutas cítricas e outras com caroço, como pêssegos, ameixa e amêndoas. No total, são mais de 50 variedades de mudas que saem dos viveiros da planta da Catalunha. Ao serem comercializadas, as mudas têm garantia de qualidade genética e proteção contra as principais pragas que costumam atacar essas culturas.
No Brasil, há, ainda, uma produção pequena, de cerca de um milhão de mudas por ano, mas o objetivo da empresa é ampliar essa produção. Conforme declarou o diretor da filial brasileira, Alexandre Chichinelli, na Agromagazine, revista institucional da empresa, “a ampliação de laboratórios nos permitirá crescer em volume e também em diversificação”.
A visita dos deputados à matriz da Agromillora, na Catalunha, foi acompanhada pela diretora de Desenvolvimento, Qualidade e Inovação da empresa, Mariangela Mestre. Em pouco mais de duas horas, ela apresentou todos os momentos da produção, desde a implantação dos embriões, passando pelas fases do crescimento “in vitro”, até a maturação das plantas em enormes estufas, que chegam a receber 2 milhões de mudas.
“O processo exige muito cuidado e especialização”, explica Mestre. São 15 dias na primeira fase, em que os embriões são fixados manualmente em um gel e, em seguida, mais oito dias embebidos em um líquido que concentra as substâncias necessárias para o desenvolvimento do broto. Depois disso, as mudas ainda são depositadas em estufas em condições controladas, com necessidade de 93% de umidade e 30* Celsius de temperatura constante. “Cerca de 20% das mudas são perdidas do início ao final do processo”, conta.
Agricultura avançada
Para o deputado Luiz Fernando Mainardi, a empresa pode ter grande vantagem se pensar em instalar um dos seus viveiros no Rio Grande do Sul. “Existe um ótimo potencial de mercado para quem produz mudas como eles em nosso estado. Não apenas porque temos condições climáticas para recebê-los, mas porque nossa área de plantações de frutas e oliveiras está crescendo muito nos últimos anos. Já havia falado dessa oportunidade quando recebi o convite para visitar a matriz e a recepção foi boa”, comenta.
O deputado Pepe Vargas se mostrou animado com a sofisticação do processo e com o uso intensivo de trabalhadores na produção. “É um setor que combina tecnologia de ponta com um grande número de postos de trabalho. Realmente, uma atividade que gera vantagens ao se implantar em uma região. Combina com o nosso estado, não só por causa da vocação agrícola, mas por ser uma alternativa para a criação de postos de trabalho”, avalia.
Já o deputado Fernando Marroni aponta a possível diminuição de custos para os produtores gaúchos de frutíferas e oliveiras, que poderiam ter mudas disponíveis mais perto e com garantia de uma tecnologia de ponta. “O processo é cuidadoso e responde às necessidades de nossos produtores. O acesso mais fácil à mudas com essa qualidade que conhecemos na Agromillora pode gerar um salto importante para nossa produção frutífera”, defende
Os deputados gaúchos convidaram os representantes da empresa no Brasil a apresentar suas operações na Assembleia Legislativa, em audiência que deve ser sugerida na Comissão de Agricultura e de Desenvolvimento.
Texto: João Ferrer (MTE 8078)