O pacote de medidas enviado pelo governador Eduardo Leite na quarta-feira (13) foi o tema da declaração de líder feita pela deputada Sofia Cavedon, em nome da bancada do PT, na sessão plenária desta quinta-feira (14). Durante o tempo regimental, a parlamentar abordou os reflexos da proposta do governador sobre o ponto de vista da educação. Entre eles, a decisão tomada em assembleia realizada pelo Sindicato dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) de entrar em greve por tempo indeterminado.
A deputada, que é presidente da Comissão de Educação da Assembleia, observou que na última semana coordenou audiência pública com os professores e solicitou audiência com o governador, mas não obteve resposta. “Aconteceu o que imaginávamos. Hoje de manhã, a assembleia com milhares de professores decidiu pela greve por tempo indeterminado. Uma greve que vai atingir o na o letivo em pleno meados de novembro e que atinge mais de 800 mil jovens estudantes e o governador não tem nenhuma preocupação”, disparou.
Conforme Sofia, o Cpers encaminhou ofício ao governo, que em síntese diz que quem não tem mais nada para dar, não pode dar. “Parece que o governador não entendeu e acho que teremos que entregar milhares de extratos dos professores zerados e negativados porque ele não tem ideia de que é o pior dos patrões dos últimos tempos. Está endividando e adoecendo a categoria dos mestres, que tem a grande responsabilidade com o ensino médio e de dar conta de toda a juventude”, disse, acrescentando que são justamente estes professores que são responsáveis por encaminhar os estudantes para as universidades.
Para a parlamentar, o governo pede de quem não tem o que dar em vez de cobrar dar grandes empresas que sonegam impostos e do governo federal, que nos deve a reposição da Lei Kandir e que pratica juros escorchantes sobre a dívida pública do Estado. “Eduardo Leite disse que é um mito buscar recursos da Lei Kandir. Isso não tem outro nome: é covardia. Alguém que abandona essa luta com os grandes como o governo federal que fica com a maior fatia do orçamento e ataca os pequenos que são os trabalhadores públicos que em sua grande maioria, 90% dos trabalhadores do estado ganham até cinco salários mínimos”. Pela proposta do Piratini, os professores que se aposentarem com salário de R$ 3 mil, deverão contribuir com R$ 420. “Se isso tem cabimento, tem sustentação e pode ter alguma guarida desta casa?”, questionou.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)