A precarização do IPE em debate pelo interior do RS

A precarização do IPE em debate pelo interior do RS
Foto William Schumacher

Os debates começaram por Caxias do Sul, nesta quinta-feira (03). Na primeira audiência, auditório lotado para debater os problemas que atingem usuários em todo o estado.

Mais de vinte entidades representando os usuários do IPE Saúde das cidades da serra participaram da audiência que apontou problemas e indicou algumas soluções.

Criada pelo deputado Pepe Vargas, a subcomissão busca soluções para a precarização do IPE saúde. A primeira audiência, que aconteceu na Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, já começou com uma vitória. O deputado Pepe Vargas, informou as entidades que o pagamento de parte da dívida que a Assembleia tem com o IPE, foi feito esta semana. Isso graças a um ofício encaminhado pelo deputado para a presidência da AL. Nele, Pepe Vargas pedia o pagamento imediato da dívida relativa ao período de abril de 2018 a julho de 2019 que soma R$1.625,268,12, “ O pagamento é uma primeira conquista, mas precisamos ainda debater outros problemas que podem ser solucionados. Precisamos buscar a democratização da gestão do IPE, garantir a paridade da gestão, dar cobertura para determinadas áreas a exemplo da anestesia, onde é feito só um ressarcimento, é preciso que o IPE Saúde passe a gerir sua relação com os prestadores de serviço. ”

Além disto, o debate foi em torno da qualidade do atendimento nas regiões e municípios, as dívidas dos poderes e órgãos com o IPE Saúde e a alienação, por parte do Estado, de imóveis pertencentes ao IPE Saúde. “ Este patrimônio não é do estado é do IPE, ele foi comprado, construído e pago com o dinheiro dos usuários. O lucro da venda destes imóveis deve retornar em benefícios ao usuário”, define o deputado.

A dívida dos poderes e órgãos do Estado chega a R$ 637 milhões referentes de janeiro de 2005 até o momento.

O fechamento de agências também foi debatido. O exemplo citado foi Caxias do Sul, maior cidade do interior do estado, que desde maio está sem atendimento presencial. A agência fechou por falta de servidores, os usuários da cidade precisam viajara para marcar consultas. Ficou evidente um processo de sucateamento e descaso do Instituto de Previdência do estado, ao ponto que várias entidades estão precisando recorrer ao judiciário.

Secretário da URGERIM, entidade que representa os policiais civis, Pablo Mesquita falou sobre a importância do plano para os usuários; “ O IPE tem uma importância fundamental para todos os servidores. Um plano de saúde que é público e que garante um atendimento adequado com um preço justo. A gente paga e espera por um atendimento que dê o retorno, o que não acontece. ”

Também ficou evidente as várias precariedades no atendimento aos servidores, como pegar anestesia, pagar consultas que não deveriam ser cobradas, a falta de plantão pediátrico, “ são problemas graves e que estamos levantando para exigir as providências por parte do governo do estado”, destaca Pepe.

As audiências vão acontecer em todas as regiões do estado, debatendo ouvindo e buscando uma solução para o serviço de atendimento de mais de 1 milhão de usuários. As próximas já estão marcadas para Santa Rosa e Ijuí.

Texto: Vânia Lain