Perspectivas e desafios da cadeia produtiva do leite são discutidos em reunião na Expointer

Perspectivas e desafios da cadeia produtiva do leite são discutidos em reunião na Expointer
Crédito Tito

Nesta terça-feira (27), o Grupo de Trabalho do Leite da Assembleia Legislativa esteve reunido na Expointer, para discutir as perspectivas e desafios da cadeia produtiva com a assinatura do acordo Mercosul e União Europeia, os impactos das Instruções Normativas (IN) do mapa para a agricultura familiar. Entre os encaminhamentos, a realização de reuniões específicas sobre cada um dos temas discutidos hoje, e a inclusão das pautas da cadeia leiteira, no documento da Comissão de Agricultura da Assembleia, que será entregue ao Ministério da Agricultura na próxima quinta-feira (29), na Expointer.

O coordenador do GT, deputado estadual Zé Nunes (PT), lembrou que o Grupo de Trabalho do Leite foi criado em 2017, no âmbito das Comissões de Agricultura e de Economia da Assembleia, e surgiu com o objetivo e desafio de acompanhar, estudar, propor ações e alterações na relação da importação do leite em pó do Mercosul, em especial do Uruguai.

Zé Nunes tem buscado evitar ainda mais os prejuízos para agricultores familiares, cooperativas e pequenas indústrias lácteas. Defende o fim dos incentivos que facilitam a importação de leite em pó do Uruguai, o fortalecimento do IGL e mais recursos para o Fundoleite. “Há cinco anos o consumo do leite está estagnado. Perdemos 34 mil famílias de produtores no Rio Grande do Sul. Estamos muito apreensivos, pois conhecemos o nosso modelo de produção, e também o modelo europeu.  Tememos impacto das Instruções Normativas nas cooperativas. Em São Lourenço, perdemos 300 produtores no último período, por exemplo. Não podemos abrir mão de políticas como o IGL, que foi um projeto construído de forma pensada”, defendeu.

Para ele, os principais desafios são os aspectos de qualidade sem exclusão, as consequências para os produtores, a tendência e concentração da atividade em poucos com exclusão da maioria, a ausência de políticas públicas, a infraestrutura ide energia e estradas inadequadas, o acesso aos mercados a partir da oportunidade para os pequenos, sempre buscando o equilíbrio de toda cadeia.

A reunião contou com a participação de Leonardo Isolan, que falou sobre o mercado que se abre e as relações com a China. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Victor Graeff, o produtor Volnei Schneider abordou o olhar dos agricultores sobre os reflexos das Instruções Normativas. Sobre o mesmo tema, falaram o representando o Sindilat, Darlan Palharini, e o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando), Marcos Tang. Representando a Emater, o engenheiro Jaime Ries, abordou a produção atual de leite. A Associação Gaúcha de Lactinistas (AGL) foi representada pelo professor Ernesto Krug, que tratou do acordo entre Mercosul e União Europeia.

Texto: Marcela Santos (MTE 11679)