sexta-feira, 22 novembro
Crédito William Schumacher

Os números assustam. A cobertura vacinal no Rio Grande do Sul teve uma queda preocupante. Para saber as razões, o deputado Pepe Vargas solicitou uma audiência Pública, dentro da comissão de saúde.

O indicador de cobertura vacinal representa um importante instrumento para a tomada de decisão nas diferentes esferas de gestão. Somente com coberturas adequadas é possível alcançar o controle ou manter em condição de eliminação ou erradicação as doenças imunopreveníveis sob vigilância.

Na audiência que ocorreu na manhã desta quarta-feira (21), proposta pelo deputado Pepe Vargas, a chefe da divisão de vigilância epidemiológica do Rio Grande do Sul, Tani Raniere afirmou que as causas para o não atingimento de metas podem estar associadas ao desconhecimento do calendário vacinal, a dificuldade para manter os profissionais nos postos de forma adequada e problemas no abastecimento das vacinas no estado.

“A população desconhece a importância. As vacinas salvam vidas, ao contrário do que prega um grupo que dissemina falsas informações. Vacinar significa reduzir o volume de assistência hospitalar e ambulatorial, além é claro, de deixar o País longe de doenças já erradicadas como varíola, sarampo e pólio. ”

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é uma referência internacional de política pública de saúde. O país já erradicou, por meio da vacinação, doenças de alcance mundial como a varíola e a poliomielite (paralisia infantil). A população brasileira tem acesso gratuito a todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Desde que foi criado, em 1973, o programa busca a inclusão social, assistindo todas as pessoas, em todos o país, sem distinção de qualquer natureza.

Apesar de terem evoluído no começo da década, os resultados pioraram de cinco anos para cá – em 2013, as metas de quase todas foram batidas. No ano passado, a meningocócica C foi a que ficou mais longe do ideal (95%), com 80,42% no Estado. Os índices de vacinação em 2018 ficaram abaixo da média nacional em todos os casos no Rio Grande do Sul.

A cobertura do sarampo é hoje a que mais preocupa especialistas. Com mais de 10 mil casos e 12 óbitos registrados no Brasil em 2018, especialmente no Norte, o país perdeu o reconhecimento de nação livre da doença. O Rio Grande do Sul não atinge a meta de vacinação da Tríplice Viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) desde 2014.

Para o deputado Pepe Vargas somente um movimento conjunto de governos pode reverter este quadro preocupante, “o Ministério da Saúde tem que garantir a regularidade no fornecimento dos imunobiológicos, já que os estoques foram reduzidos, a infraestrutura deve ter mais atenção, como aquisição de câmeras frias para acondicionar o material e a manutenção destes equipamentos. O deputado criticou ainda a rotatividade nas equipes que aplicam as vacinas, “ esse processo dificulta a capacitação de equipes que possam dar a devida orientação e aplicação correta das vacinas.”

Outra questão levantada na audiência, foi a necessidade da volta de campanhas promovidas pelos governos Federal e Estadual, que informem corretamente a população. Informação adequada e correta a população. Com o fim de campanhas, muita gente ignora que os perigos permitindo que doenças até então erradicadas, ameassem a saúde da população.

Texto: Vânia Lain

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