sábado, 23 novembro
Crédito Tiago Machado

Ao depender do projeto de lei protocolado pelo deputado Valdeci Oliveira nesta terça-feira (16), os recém-nascidos na rede pública de saúde gaúcha terão sua triagem neonatal – o conhecido teste do pezinho – ampliada. A triagem neonatal é um programa de prevenção de saúde que busca identificar doenças cuja intervenção precoce pode prevenir a mortalidade prematura, morbidade e deficiências.  “São muitas as enfermidades ou patologias que, se soubermos de sua existência logo após o nascimento, mesmo não havendo cura completa, as chances de termos qualidade de vida digna são grandes. O inverso disso, que é a falta de diagnóstico e respectivo tratamento certamente irão condenar e levar essa criança ao óbito já nos primeiros anos de sua existência ou torná-la uma pessoa adulta totalmente depende e com a vida limitada”, sustenta Valdeci. Um exemplo disso é a galactosemia, doença hereditária em que o Brasil é o segundo país no mundo com o maior índice. Como não metaboliza a galactose, que está presente no leite humano, bovino e em derivados lácteos em glicose, a deficiência da enzima provoca cataratas, disfunção ovárica, osteoporose, deterioração neurológica progressiva a atraso no crescimento, além de alterações nos aparelhos digestivo e renal.

Se a proposta do parlamentar for aprovada, a triagem neonatal, que hoje busca detectar doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotidase, anemia falciforme e outras hemonoglobinopatias, também incluirá em seu rol de exames a galactosemia, toxoplasmose congênita, doenças lisossômicas, imunodeficiência combinada grave e deficiência de G6PD.

Valdeci explica ainda que esse modelo de triagem ampliada já é utilizado desde 2012 no Distrito Federal, que observou uma queda de 3% na mortalidade infantil entre zero e cinco anos. “Por conta das variações que algumas dessas patologias possuem, essa ampliação do teste do pezinho poderá detectar mais de 30 moléstias. Independentemente do grau de incidência da doença ser maior ou em menor grau junto à população, se pudermos salvar uma só vida já terá valido a pena”, acredita o parlamentar.

Texto: Marcelo Antunes (MTE 8.511)

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