Combinar esforços, para conquistar a sede definitiva da UERGS em Porto Alegre, assim como para conseguir a sua da autonomia financeira, foram os encaminhamentos da Audiência Pública realizada pela Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da ALRS, nesta quinta-feira (27). O encontro foi solicitado pela Associação dos Docentes da Universidade (Aduergs) e aconteceu no atual Campus localizado na Agronomia.
Conforme a presidenta da Comissão, deputada Sofia Cavedon (PT), que coordenou a audiência, o parlamento irá se unir, através da Comissão e da Frente Parlamentar em defesa da Universidade, para atuar em uma proposta que defina a autonomia financeira da instituição, e a comunidade universitária junto com o governo para construir uma solução sustentável e aprofundar os estudos para a sede definitiva do campus central na capital. Observou que a UERGS deveria ter 600 professores, mas tem 270 e mesmo assim é premiada pelas pesquisas, o nível dos estudantes e a qualificação dos docentes. “A instituição luta para assegurar condições básicas, com exemplos de cooperação entre os professores, como no campus rural de Santana do Livramento, para a obtenção de insumos básicos para atividades do curso de Agronomia. Em Porto Alegre, a UERGS está ameaçada diante da possibilidade de venda da CEEE, uma vez que o campus está vinculado à área da empresa pública, onde estudam mais de 1.200 alunos em seis cursos, e o governo ajustou o aluguel apesar do corte de 25% do orçamento da universidade” destacou a deputada.
Com a presença da Reitoria, docentes, alunos, representantes sindicais, deputados e deputadas e o secretário adjunto da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Mattos, que defendeu a construção de um consenso em torno do assunto afirmando que a Secretaria não tem posição sobre a sede nem sobre a sua mudança. Ele também relatou a reunião da Reitoria com a Secretaria da Fazenda onde ficou definido de que seria dada solução para estes problemas. O Secretário resaltou que os problemas estão sendo debatidos de forma pública “e todos conhecem que a situação da Cientec está judicializada, tanto no que compete aos servidores, quanto aos equipamentos”.
O vice-presidente da Aduergs, Paulo Vargas Groff, disse que a Associação lutou pela conquista do Campus Central junto ao governo Tarso Genro. “Desde o início houve a promessa de que a sede seria definitiva, a partir da cedência de 30 anos”. Informou que através de emenda do senador Paulo Paim receberam recursos federais para melhoria das instalações, mas que tiveram que devolver quatro milhões, devido à falta de clareza nos instrumentos legais de cedência e falta de definição da cedência definitiva. “A comunidade da Uergs se considera proprietária do Campus Central”. Paulo falou também da luta que acontece nos outros Campus do interior, mas que a luta principal hoje é pela conquista do Campus Central.
Sandra Monteiro Lemos, vice-reitora da Uergs, destacou que a Universidade move a luta pela sua existência em todas as frentes da comunidade universitária. “Acreditamos na educação e uma universidade impulsiona o desenvolvimento em todos os locais onde está instalada. Entendo que a UERGS pode ser uma das soluções para a crise do Estado, pela sua vocação de desenvolver as mais diversas regiões e os 20 Coredes do RS. É um potencial enorme.” Disse que a UERGS tem mais de seis mil alunos, onde mais de 20% são hipossuficientes. Lembrou das gestões anteriores que ajudaram a formar a UERGS forte e voltada para os que mais precisam. Por outro lado, falou da precariedade de financiamento, e que mesmo assim continuam galgando conquistas, como novos cursos de mestrado, onde a demanda é cada vez maior. Também elogiou a qualidade da produção científica dos alunos e professores. Quanto ao parlamento disse que os questionamentos dos deputados são muito importantes, pois são uma oportunidade de mostrar o muito que se faz, com pouco. Sobre os dois Campus, da Cientec e o Central, disse que é um sonho da comunidade universitária, unificar os dois para fortalecer a universidade. Disse que o contrato da CEEE de cedência do imóvel, é oneroso. Também falou que se preocupam com a privatização da CEEE e as consequências para o Campus.
Participaram da Audiência as deputadas Sofia Cavedon e Luciana Genro; Secretário Adjunto da Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Mattos; Diretora Regional da Uergs, Adriana Leal Abreu; Paulo Vargas Groff, vice-presidente da Aduergs; Lindseiara, do Centro Acadêmico da UERGS; Sandra Monteiro Lemos, vice-reitora da Uergs; e Sandro Donadel da Associação dos Servidores Técnicos e de Apoio Administrativo da UERGS e representantes dos deputados Sebastião Melo (MDB) e Capitão Macedo (PSL), que preside a Frente Parlamentar em defesa da UERGS.
Texto: Marta Resing (MTE 3199)