Uma das notícias mais recorrentes nos portais de notícias do Rio Grande do Sul tem sido a morte de mulheres motivadas pelas questões de gênero. Nesta segunda-feira (04/11), o corpo de uma mulher de 38 anos foi encontrado enterrado na casa do ex-companheiro dela em Canoas. Edilene Silveira Sartori estava desaparecida há pelo menos três dias. O homem foi preso.
Edilene é mais uma mulher vítima de feminicídio em Canoas. Há duas semanas, uma enfermeira foi morta pelo marido médico. O mês de outubro, inclusive, registrou outros assassinatos de mulheres. No dia nove deste mês, uma mulher de 40 anos, que tinha uma medida protetiva contra o ex-namorado, foi morta por ele em Santa Maria. No dia 12 foi registrado um feminicídio em Novo Hamburgo. No dia 19 foi a vez de Caxias do Sul. Porto Alegre registrou um caso no dia 29 e no dia 30 foi a vez de São Leopoldo.
A Secretaria de Segurança Pública ainda não divulgou os dados consolidados de outubro, o que deve ocorrer na próxima semana, mas certamente o índice estará em patamares semelhantes aos de setembro, que já registrou alta dos feminicídios em comparação a setembro do ano passado.
Os dados mostram a ausência de políticas efetivas do Governo Leite para proteger as mulheres vítimas de violência. A Secretaria de Segurança alega que aumentou o número de patrulhas Maria da Penha em comparação ao Governo Tarso, quando elas foram criadas. Porém, a ampliação ocorreu apenas no papel. Quando as patrulhas foram instaladas, elas tinham ao menos quatro policiais militares, viaturas e equipamentos. Atualmente as equipes foram desmembradas e em alguns casos nem sequer viaturas possuem.
Conforme a deputada Laura Sito (PT), presidenta da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, sem a rede de proteção estruturada, as mulheres não conseguem acessar os espaços protetivos, como delegacias especializadas. “Os feminicídios no Rio Grande do Sul são resultado do desmonte das políticas públicas para as mulheres nos últimos 10 anos”.
Enquanto o Governo Leite não investe em políticas para mulheres, o Governo Lula recuperou o Ministério das Mulheres e no último dia 11 de outubro o presidente sancionou a lei que estabelece a pena máxima de 40 anos para o crime de feminicídio.
Texto: Assessoria de Comunicação da Bancada do PT
Foto: Brigada Militar