Nas comemorações Farroupilhas, bancadas do PT e PCdoB destacam a luta dos gaúchos por democracia, igualitarismo e fraternidade

Nas comemorações Farroupilhas, bancadas do PT e PCdoB destacam a luta dos gaúchos por democracia, igualitarismo e fraternidade

 

“Para nós do PT e do PCdoB, a bandeira do RS com seu brasão exaltando liberdade, igualdade e humanidade traduz não só os ideais históricos da Revolução Francesa e do Positivismo, mas os valores contemporâneos da luta por democracia, igualitarismo e fraternidade entre os povos”. A afirmação foi feita pela deputada Stela Farias que falou em nome da Frente Brasil da Esperança (PT e PCdoB) durante a Sessão Solene alusiva à Revolução Farroupilha, realizada nesta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa.
A deputada Stela Farias salientou que além da Revolução Farroupilha, este dia 17 de setembro também marca a comemoração aos 59 anos de emancipação política do município de Alvorada. “Fica meu registro e cumprimento aos homens e às mulheres que constroem a minha cidade no dia a dia e fazem dela um bom lugar para viver, morar e criar nossos filhos”.
Sobre a Revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, iniciada em 1835 sob a liderança de Bento Gonçalves e que se estendeu até 1845, sendo a mais longa revolta da história do Brasil Império, Stela lembrou que ela tornou-se o grande mito fundador da identidade gaúcha. Tudo começou com a insatisfação com a cobrança de altos impostos sobre o charque, principal produto da época na região. Os pecuaristas também desejavam que o charque do Uruguai e Argentina fossem taxados para tornar a concorrência mais justa. Desde o período colonial, as elites locais atuaram na defesa do território contra as investidas espanholas e esperavam que o governo central investisse no desenvolvimento do Rio Grande.
Iniciada a revolta, o movimento se radicalizou e ganhou um caráter separatista e republicano. A questão da abolição da escravatura entrou em pauta, pois os líderes farrapos determinaram que os escravizados que se alistassem nas tropas revolucionárias seriam libertos. “A Revolução Farroupilha foi uma ação da elite militar e de senhores da terra dessa Província. Estimulado pelo entusiasmo que se criou após a vitória das tropas Farroupilhas na Batalha do Seival, em 1846, Antônio de Souza Neto proclamou a República Rio Grandense e a separação do Estado”, detalhou Stela.
Em 1837, Bento Gonçalves assumiu a República Rio Grandense. Os anos que se seguiram foram de intensos conflitos e os Farroupilhas conquistaram a Vila de Laguna. Em 1839, com a participação de Giuseppe Garibaldi, foi declarada a República Juliana, mas logo depois Laguna voltaria para o controle do Império. Em 1842, o Duque de Caxias foi nomeado pelo Império para pôr fim ao movimento Farroupilha. Após três anos, a Guerra chega ao fim com a assinatura do Tratado do Ponche Verde. O documento determinava que os oficiais farrapos se integrariam ao exército nacional, o presidente da Província seria designado em comum acordo, as dívidas do governo republicano passariam ao Império, os prisioneiros seriam soltos e aumentariam as taxas para importação de charque.
Sobre esta parte da História, a parlamentar lembrou que os negros escravizados foram usados e traídos, pois a promessa de que aqueles que participaram da revolução, lutando contra o Império seriam libertados, o que acabou não se confirmando. “Esse compromisso foi tragicamente traído com a emboscada do Exército Imperial à tropa dos Lanceiros Negros. O massacre de Porongos foi histórico e resultou na execução de muitos lanceiros e na prisão de sobreviventes”, relembrou.

 

Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747

Foto: Raul Pereira/Agência ALRS