sábado, 23 novembro

A Aliança para a Inovação de Porto Alegre, movimento que tem como centro a Ufrgs, a Pucrs e a Unisinos e se dirige à comunidade de inovação e ao empreendedorismo na capital gaúcha e Região Metropolitana para pensar e implementar uma visão de futuro, já tem uma base fundamental pavimentada no final do século passado.

O caminho percorrido até aqui assenta as condições para um protagonismo de experiências que já se realizaram em outros estados e regiões do mundo, mas que, infelizmente, aqui, em solo porto-alegrense, ainda não se completaram. Os avanços científicos, técnicos e inovativos, bem como as fortes alterações nas relações de trabalho, transformam, de forma acelerada, o processo produtivo que conhecemos, qual seja, a velha revolução industrial, impactando cidades, regiões e países.

E esta fundamental iniciativa da Aliança pela Inovação da nossa Capital necessita recuperar e atualizar um movimento do início dos anos 1990, que foi o Programa Porto Alegre Tecnópole – PAT. Este articulou, à época, as bases da Triple Hélice (universidades, setores produtivos e governos) que propôs ações para a cidade e a Região Metropolitana traduzindo, em rebatimento local, a nova economia oriunda do conhecimento, da inteligência e da inovação, que surgia de forma avassaladora. O processo ainda incorporou, em sua dinâmica, como quarta hélice, a sociedade, elemento chave para que esta estratégia não despregasse de objetivos, interesses e necessidades do desenvolvimento econômico e social da região.

O resultado disto é que, em menos de 20 anos, num tempo histórico praticamente ínfimo, o mapa desta região mudou de forma significativa. Foram implantados o Tecnopuc, o Tecnosinos, o Tecchpark-Feevale, o Ceitec, o eixo da Saúde no entorno da avenida Ipiranga e adjacências, dentre outras, e ainda abriu a possibilidade concreta de recuperação da região degradada do 4º Distrito, hoje uma realidade. Para tanto a força desta Aliança pela Inovação está em combinar dois movimentos que se complementam: não renunciar à condição de filhos do passado e, sobretudo, aceitar os enormes desafios de sermos genitores da produção do conhecimento do futuro.

Adão Villaverde, Professor, engenheiro e deputado estadual (PT-RS)

*Artigo publicado no Jornal do Comércio em 17/07/2018

Compartilhe