No mesmo dia em que a Escola Família Agrícola foi homenageada em Grande Expediente, o deputado Pepe Vargas usou tempo de liderança durante a sessão plenária desta terça-feira (8) para discutir o tema da agricultura. O parlamentar abordou a falta de investimentos por parte do governo federal e os problemas causados pelos agrotóxicos.
Pepe Vargas, que já foi ministro do Desenvolvimento Agrário, observou que o ano safra está quase se encerrando e o governo do presidente Bolsonaro ainda não anunciou o novo Plano Safra e desde março, os agricultores brasileiros estão impedidos de contratar financiamentos, pois o governo federal não complementou os recursos. O Plano Safra, criado pelo presidente Lula em 2003, é o que garante o crédito necessário para o agricultor investir e custear a produção. “Estamos há três meses do encerramento do ano safra e não há recursos. Estamos falando de recursos menores do que eram disponibilizados, mas o governo cortou ainda mais porque não quer subsidiar”, analisou.
Pepe defendeu que é preciso subsidiar a agricultura familiar, responsável por 70% dos alimentos que os brasileiros consomem. O crédito não está disponível porque o governo não disponibilizou recursos orçamentário para equalizar a taxa de juros bancários. “A lei do crédito agrícola continua vigente. As exigibilidades bancárias do sistema financeiro continuam existindo. O que não há é disposição política. O volume de recursos ofertados que chegou a ser de mais de R$ 30 bilhões e sobravam, agora é muito menor, mas mesmo assim nomes de março não há mais possibilidade de contratação. Eu gostaria que o governo do Estado cobrasse com altivez do governo federal”.
A segunda questão abordada pelo deputado, que foi tratado em audiência pública na manhã desta terça-feira é o problema da deriva do agrotóxico 24-D, utilizado na lavoura da soja, que acaba indo para outras culturas e acaba prejudicando as frutas e hortaliças. “O lucro de dos produtores não pode ser prejudicado. E na audiência pública ficou absolutamente comprovado que é possível produzir sem utilizar esse agrotóxico. Não vejo alternativa a não ser que a gente de sequencia ao projeto do deputado Edegar Pretto, que proíbe a comercialização do 24-D em todo o território gaúcho”.
Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)