A crise financeira em muitos hospitais públicos do estado com a falta de recursos para manter os serviços de urgência e emergência preocupa a Subcomissão de Saúde da Assembleia Legislativa. Um dos motivos é o impacto gerado pelo Programa Assistir. Um dos hospitais que enfrenta dificuldades é o São Camilo, de Esteio. Nesta quinta-feira (23), o presidente da subcomissão da saúde, deputado Pepe Vargas, visitou o Hospital, conversou com os gestores e ouviu sobre os desafios em manter o atendimento da porta de entrada para as diferentes demandas de urgência e emergência. Segundo os gestores, a situação do hospital se agravou ainda mais depois que o Governo do Estado implantou o programa chamado, Assistir.
Para o deputado Pepe Vargas, aperfeiçoar os serviços e estabelecer indicadores só funciona se o Governo aportar novos recursos “o São Camilo perdeu recursos significativos em função do programa Assistir, que na realidade desasiste as estruturas e por consequência a população. Estes hospitais lutam para recompor os valores, enfrentam muitos problemas para atender a população que precisa do SUS, devido ao orçamento baixo e as dificuldades nas referências em algumas especialidades”, explicou o deputado.
A emergência do hospital tem capacidade para atender 15 pessoas, porém em alguns períodos do ano chega a ter 40 pacientes na espera por exames. Segundo a diretora Geral do São Camilo, Ana Boll, os pontos críticos são principalmente em exames vasculares e traumatologia de alta complexidade, “ O problema é tão grave que muitas vezes precisamos transferir pacientes de Esteio para hospitais de Santa Maria e da Serra. ”
Ela ainda destacou que o programa Assistir piorou a saúde financeira do hospital, e defendeu que haja diálogo e discussão técnica entre o governo e os gestores de saúde e de hospitais, “ com os repasses federais, municipais e estaduais, hoje temos que escolher o que vamos pagar e o que vamos atrasar, se o Governo Estadual retirar mais recursos como prevê o programa, fica complicado afirmar como será o atendimento em toda região metropolitana. ”
Lançado pelo governo gaúcho em 2021 com o objetivo de distribuir de recursos, o programa tem sido alvo de críticas de prefeitos e diretores de hospitais que denunciaram perdas de recursos e alertaram para o risco de fechamento dos serviços, caso os critérios do programa não sejam revistos.
A subcomissão de saúde, foi criada para identificar estes problemas no represamento de pacientes em UPAs e nas portas de Urgências e Emergências dos hospitais que atendem pelo SUS. Ao todo serão realizadas visitas em 15 hospitais de além de reuniões públicas nas macrorregiões de Saúde no RS e audiências públicas.