Responsável por pesquisas e estudos que atualmente influenciam 80% da produção de arroz no Rio Grande do Sul, o Instituto Riograndense do Arroz está em um processo de inviabilidade conduzido pelo Governo Leite. O instituto enfrenta uma série de problemas de ordem financeira, estrutural e de pessoal, que já chega ao terceiro governo sem que as providências necessárias sejam tomadas.
Em maio deste ano, o deputado Zé Nunes (PT) apresentou na Assembleia Legislativa uma carta aberta em defesa da instituição. Em um trecho do documento, os signatários apontaram que “um conjunto de fatores levou o instituto a perder pesquisadores, perder trabalhadores e correr o risco de precarizar o serviço de excelência que sempre desenvolveu. Há uma defasagem no quadro de pesquisadores e da pesquisa. Há uma erosão de inteligência que deixou o órgão nos últimos anos porque a carreira deixou de ser atrativa. Algo está errado”.
O documento contou com o apoio de vários deputados, inclusive da base de apoio do Governo.
No começo de julho, Zé Nunes solicitou uma audiência com o governador Eduardo Leite para tratar do tema. Porém, mais de 100 dias depois, não há nenhum indicativo de que o Governo pretenda abordar o tema. A falta de respostas fez o deputado utilizar a tribuna da Assembleia, nesta terça-feira, para cobrar o governador. “No dia 27 de maio foi realizada uma audiência pública que constatou a precariedade e os sinais de inviabilidade do Irga. Os pesquisadores estão indo para a iniciativa privada. A situação é crítica. Receba o Irga, governador”.
O Rio Grande do Sul é o responsável por cerca de 70% do arroz produzido no Brasil. A produção gaúcha é fundamental para colocar o Brasil entre os maiores produtores mundiais, produzindo metade do grão na América Latina. Em 2022, o arroz foi cultivado em 927,1 mil hectares no Estado, com produção de 7,71 milhões de toneladas.