sexta-feira, 22 novembro

O governo Leite precisa encarar os problemas que ocorrem na área da Saúde do Estado, do contrário, continuarão se repetindo, como o alto índice dos partos prematuros. A constatação foi feita pelo deputado estadual Pepe Vargas (PT) durante a reunião da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, desta quarta-feira (20), diante dos dados apresentados pela presidente da ONG Prematuridade, Denise Suguitani. “Colocar o problema para debaixo do tapete, não discutir, não resolver. A primeira coisa é assumir que a situação não vai bem”, aponta o deputado.
A prematuridade é a principal causa de mortalidade infantil, antes dos cinco anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). O Rio Grande do Sul é o 5º Estado com maior incidência de partos prematuros, conforme aponta pesquisa do Datasus, de 2021, ficando acima da média nacional, em 12,2%. “É preciso mais humildade, baixar a régua do achamos que somos e encarar o que está acontecendo com a saúde do Rio Grande, formular estratégias e soluções”, indica o parlamentar.  Segundo Pepe, é possível fazer a prevenção aos partos prematuros, por meio da atenção integral à saúde da mulher, garantindo os seus direitos reprodutivos, como a realização de exames e pré-natal adequados. “Complicações da Diabete, hipertensão e até mesmo uma cistite podem ocasionar um parto prematuro”, explica o deputado que também é médico.
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente, conforme conta Pepe Vargas, se depara, constantemente,  com situações “estarrecedoras”, como o relato sobre as crianças, que nascem, em Porto Alegre, com sífilis congênita. “É um exemplo do que ocorre quando não é feito pré-natal, ou não foi adequado. É um exame de rotina”, explica.  Enfrentar essas questões passa, conforme o parlamentar, por repensar o sistema de saúde no Estado, que vive a precarização do trabalho dos profissionais da Atenção Básica e primária. “Há uma rotatividade brutal de pessoal, porque se terceiriza, se contrata e descontrata. Além de impor condições de trabalho indignas aos profissionais de saúde, afeta a saúde da população”, constata.
Para completar, as  crianças nascidas de parto prematuro, enfrentam, muitas vezes, a ausência assistencial, pois são oriundas de  regiões ou cidades onde não há o serviço de  UTI Neonatal, e aguardam transferência.  “Quando a gente debate,  parece que está tudo bem, correndo bem, tudo é ótimo, que o Rio Grande do Sul  tem grandes façanhas. Mas quando a gente vai pegando cada área vamos vendo os problemas que existem”, concluiu.

 

Texto – Silvana Gonçalves – MTB 9163
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