Precarização da carreira dos peritos criminais é consequência da falta de projeto de desenvolvimento, afirma Stela

Precarização da carreira dos peritos criminais é consequência da falta de projeto de desenvolvimento, afirma Stela

“O atual governo e o anterior falharam fortemente na falta de projeto de desenvolvimento e como resultado, estamos vivendo a precarização do serviço público”. A afirmação foi feita pela deputada Stela Farias na reunião da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado desta quinta-feira (3), durante audição de representante da Associação dos Peritos Criminais do Rio Grande do Sul (Acrigs), que deu informações que comprovam a desvalorização da carreira de perito criminal por parte do governo de Eduardo Leite.

De acordo com o presidente da associação, Lucas Toniolo, a categoria é essencial para a persecução penal, porém não são valorizados no Rio Grande do Sul. O estado é o único com um centro de referência em perícia criminal do Brasil e conta com um corpo técnico qualificado. No entanto, é uma das carreiras mais desvalorizadas do país. Conforme Toniolo, os salários dos peritos no Paraná variam de R$ 26 mil a R$ 41 mil, em Santa Catarina, de R$ 25 a R$ 35 mil, enquanto que no Rio Grande do Sul a variação salarial vai de RS R$ 16mil a R$ 20 mil. “Temos o pior salário disparado na região Sul, equivalendo 70% do salário de Santa Catarina e simplesmente metade do que o estado do Paraná paga a seus peritos, o que ocasiona a cada concurso, o êxodo de profissionais”, diz.

Ainda conforme o perito, além da perda do profissional que ingressa, está havendo a perda de pessoal com bastante experiência. Dos 296 peritos ativos, 17 exonerações nos últimos 10 anos, sendo que 14 aconteceram após o último concurso. “A gente tem notado um crescimento e uma precarização da carreira acelerada”, afirma.

A presidenta da Comissão, deputada Stela Farias afirmou que a situação de precarização em que se encontra a perícia criminal no Estado é resultado das escolhas feitas pelo governador. “Quando fomos governo, sempre que fizemos uma escolha, escolhemos ter a melhor qualidade possível de um serviço estratégico para os que mais precisam. Óbvio que se tem que pensar de forma isonômica e com responsabilidade, mas nós sempre optamos por melhorar os serviços públicos e as condições para os servidores”, disse acrescentando que hoje as carreiras dos delegados de Polícia são muito melhores, graças às escolhas feitas no governo Tarso Genro. “Aliás, as carreiras da Secretaria de Segurança Pública melhoraram muito naquele período e nós temos orgulho de dizer que fomos partícipes daquele processo”.

Stela também falou que um estado só pode pagar melhor o servidor, se tiver um projeto de desenvolvimento econômico. Sem isso, sem pensar como aumentar a receita não há como investir. “Não se faz mais concurso público neste estado há mais de 10 anos, então não se consegue sair desse atoleiro. É preciso uma responsabilidade que passa por como se melhora a receita do estado. No governo Olívio e no Tarso, crescemos mais que a média nacional. Por que os outros não conseguiram? Faltou um projeto sério e responsável de desenvolvimento econômico”, sentenciou.

 

Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747

Foto: Joaquim Moura