“A bancada do PT vai apoiar a sua indicação não só porque entende que é legítimo que o governador indique sua equipe de trabalho, mas porque reconhece no senhor qualidade para isso e suas manifestações nos permitem expressar esse apoio. O senhor tem a ideia de um Banrisul público”. A afirmação foi feita pelo deputado Miguel Rossetto, na reunião extraordinária da Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, realizada na manhã desta segunda-feira (19) para arguição pública de Fernando Guerreiro de Lemos, indicado para o cargo de Presidente do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul).
O deputado Zé Nunes, que preside a Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, afirmou que o Banrisul precisa de alguém que conheça o estado e a realidade dos municípios gaúchos e reconheceu que Fernando Lemos preenche este perfil. O parlamentar também lembrou que o estado enfrenta dificuldades como a retração da indústria e questionou como o banco pode se conectar mais ao tema do desenvolvimento econômico.
O deputado Pepe Vargas parabenizou o indicado ao cargo e defendeu que o Banco seja mantido público, pois desempenha um importante papel no desenvolvimento do Estado. Questionou se a venda de ativos do Banco não pode acontecer. “Uma coisa é a venda completa, outra coisa é a venda de ações e de parte do banco”, disse. Pepe demonstrou ainda preocupação com as carteiras de crédito e questionou como é que o banco cumprirá o papel de estimular os diferentes setores da economia.
O deputado Miguel Rossetto complementou que a bancada segue a diretriz anunciada pelo entrevistado com a construção do dinamismo econômico e o respeito aos profissionais do Banrisul, que conhecem a economia do Rio Grande do Sul, conhecem os municípios e a vocação econômica de cada região. “Nossa bancada tem uma preocupação por causa da ausência de um programa de desenvolvimento econômico do Estado. A própria secretária da fazenda, ouvida na Comissão de Economia, admitiu essa ausência”, disse. Rossetto afirmou que a bancada tem trabalhado para oferecer sugestões como estratégia econômica de desenvolvimento. “Essa ideia de um apoio, de industrialização do RS e a modernização do parque industrial é tema estratégico para nós. Assim como a ideia da preservação das cooperativas de produção, que é um valor econômico, político e estratégico. A agroindustrialização, a indústria de todos os setores. Este olhar articulado com as demais instituições é fundamental”.
Fernando Lemos disse “confiar muito no banco público” descartou qualquer possibilidade de venda de ativos. Para ele, o Banrisul tem uma estrutura que pode ajudar cada vez mais a economia do Rio Grande do Sul. “Esse é o papel do Banrisul. E o nosso papel é fazer o banco crescer cada vez mais”, disse, acrescentando que o banco vai ajudar na economia do RS. “Vamos cuidar disso. O banco já cuida disso. Fornecemos crédito e a tecnologia nos ajuda a chegar cada vez mais em mais pontos, mas entendo que a tecnologia não é o fim. É um meio, mas é preciso pessoas. Não pode ser tudo operado por robô. É preciso a presença dos funcionários”, defendeu. Fernando Lemos falou que o BRDE tem espaço para avançar e o Banrisul ajuda quando precisa de capital de giro. No agronegócio houve expansão na carteira de crédito rural. “O banco tem preocupação com isso. É um problema mundial e o banco estará presente não só em financiamento, mas na estruturação”.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747
Foto: Debora Beina