Foto: Claiton Stumpf
O setor de proteína animal, que reúne produtores de carne de aves, suínos, peixes, ovos e produtos lácteos, enfrenta uma grave crise desde o ano passado. Assim como na questão da estiagem, o Governo Leite foi omisso na adoção de medidas e levou meses para tratar do assunto. Nesta segunda-feira (24), o governador Eduardo Leite recebeu deputados das Comissões de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, de Economia e da Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Debater a Reforma Tributária e com representantes de cooperativas e agroindústrias para tratar de urgências da cadeia produtiva de proteína animal do RS. Mais uma vez, o chefe do Executivo falou e não apresentou nenhuma solução para os problemas que lhe são apresentados. A bancada do PT apresentou três propostas para tirar do sufoco os produtores.
O deputado Zé Nunes, que solicitou a audiência com o governador, observou que após várias tentativas, finalmente a cadeia da proteína animal foi ouvida pelo governador Eduardo Leite. “Realizamos reunião para apresentar oficialmente os pontos de estrangulamento que têm feito com que cooperativas passem por dificuldades, as agroindústrias sejam fechadas e as linhas de produção diminuídas. E o RS não pode perder terreno nesta área”, disse.
A bancada petista sugeriu medidas de curto prazo, envolvendo a questão tributária, incentivo à produção de grãos, tributos do frete do milho, e a suspensão da diminuição dos créditos presumidos do Fator de Ajuste de Fruição (FAF). “Estamos trabalhando para que haja também uma política federal e atenção a este setor, especialmente na economia e a baixa da taxa de juros”, acrescentou Zé Nunes que também disse que está encaminhando para formar uma mesa de negociação para aprofundar a discussão, fazer a travessia desse momento de dificuldade, fazendo com que esta cadeia siga dando sua contribuição para a economia gaúcha.
O deputado Miguel Rossetto, que preside a Comissão Especial Destinada a Acompanhar e Debater a Reforma Tributária justificou as propostas apresentadas. Segundo ele, diante da grave crise, é preciso implantar iniciativas de curtíssimo prazo. Reduzir o custo tributário, subsidiar aquisição de milho de outros estados, pois é muito caro e por último dar apoio à expansão das culturas de inverno para reduzir a dependência do milho de outros estados. Este é um setor muito importante que gera muito emprego, é agricultura familiar, é produção de alimento para o nosso povo, portanto precisa ser cuidado e preservado”.
Os representantes do setor produtivo apresentaram demandas referentes às dificuldades geradas pela entrada de produtos de outros estados, pela falta de logística no Rio Grande do Sul e inexistência de políticas de incentivo. Isso tudo, dizem faz com que as cooperativas gaúchas percam competitividade. Eduardo Leite disse apenas que é a favor de uma reforma tributária. O deputado Pepe Vargas disse que o setor vive uma crise muito grande decorrente do aumento de seus insumos, principalmente do milho. “Além disso, o governo do estado recentemente tomou medidas que aumentaram a tributação sobre esse setor. Infelizmente na reunião, o governador não apresentou nenhuma proposta concreta. Vai apenas criar um grupo de trabalho para seguir as negociações e nós continuaremos cobrando medidas para esse setor”.
Para o deputado Adão Pretto Filho, que também participou da reunião, o governo precisa ser mais atuante nos setores estratégicos da nossa economia. “Não é possível que o setor da proteína animal, que une produtores de aves, suínos, peixes, ovos e produtos lácteos, tenha que entrar em uma grave crise para que o Governo passe a dar atenção ao assunto. Nossa bancada, mais uma vez, mostra compromisso com o Rio Grande e apresenta medidas concretas para enfrentar o problema”, disse.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747