sexta-feira, 22 novembro

 

Foto: Debora Beina

O deputado Valdeci Oliveira (PT) chamou a atenção para o crescimento dos casos de Dengue no Rio Grande do Sul. O alerta foi feito na reunião da Comissão de Saúde desta quarta-feira (19), quando foram aprovados três requerimentos de audiências públicas propostos por deputados da bancada do PT. O primeiro deles para justamente debater os riscos e prejuízos da proliferação da dengue aqui no RS. Outras duas para debater a proposta de alteração ao Zoneamento Ambiental para a Atividade da Silvicultura no Estado do RS e para Tratar da Proposta de Alteração do IPE Saúde.

De acordo com Valdeci, nos últimos dias houve uma grande quantidade de confirmações de Dengue. “Em algumas regiões tivemos dados alarmantes. Em Santa Maria muitas pessoas foram hospitalizadas, mas essa é uma preocupação do estado inteiro. Foram nove óbitos e muita gente que está com a doença acaba trazendo uma preocupação muito grande, pois o sistema está começando a tentar diminuir a tenção em função da pandemia e a dengue é mais uma das questões que preocupam”, argumentou, acrescentando que é preciso fazer o debate e chamar a Secretaria Estadual de Saúde para que ela informe quais são as políticas voltadas à prevenção.  “O argumento que Santa Maira usou para justificar a demora da pulverização foi de que não tinha os insumos necessários e acho que não podemos permitir que isso aconteça, pois a Dengue acontece todos os anos”, frisou.

O deputado Pepe Vargas também trouxe os dados atualizados. Pelo Painel da Secretaria Estadual da Saúde, no momento são 64 pessoas internadas por dengue no Rio Grande do Sul. Três delas, na UTI. Em 2023 foram registradas 16.507 notificações, 6.808 casos confirmados. 4.430 ainda sob investigação. “Ou seja, nós temos quase uma epidemia de dengue. Não é só mais um surto”, disse, acrescentando que 454 municípios gaúchos tiveram infestação em 2022. “Acho que é muito importante a audiência pública, mas podemos inferir algumas coisas: é muito importante fazer o fumacê, mas para fazer isso significa que tem uma falha na vigilância, na necessidade de fortalecimento dos agentes de combate às endemias, há falha em políticas de comunicação eficiente no sentido de informar a população. As pessoas vão esquecendo essas coisas, vão esquecendo que não pode acumular água no pátio”, disse Pepe.

O deputado também observou que há uma alteração climática, com verões mais quentes e mais prolongados e que isso exige que se planeje a prevenção. “Na gestão do governo Temer houve no Ministério da Saúde mudança no financiamento. A atenção básica tinha valores definidos para estas áreas e esses módulos foram desfeitos de tal forma que o dinheiro da atenção básica e da vigilância à saúde fossem carreados para a média e alta complexidade e hoje estamos pagando esse preço”, disse. “Quando se descuida da atenção básica à saúde, a consequência é que as pessoas vão adoecer mais daquelas doenças que poderiam ser prevenidas”, completou.

Sobre a audiência para Tratar da Proposta de Alteração do IPE Saúde, Pepe disse que esperava que o governo tivesse encaminhado no início da semana o projeto de lei, mas não chegou ainda. “Então eu proponho que agente aprove o requerimento e deixe para definir a data da audiência quando já tivermos uma matéria legislativa em que a gente possa se debruçar porque mesmo que anunciado, o governo pode modificar no curso de debates internos”, argumentou.

 

Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747

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