A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 13,75% contrariou os objetivos do Governo Lula. O presidente da República vem insistindo na tese de que é preciso reduzir a Selic para que o país retome mais rápido um novo ciclo de desenvolvimento econômico, com mais investimentos públicos e privados.
A estratégia defendida por Lula é semelhante ao que ele aplicou nos seus dois primeiros mandatos, quando reduziu em mais que a metade a taxa de juros e promoveu o maior crescimento econômico e social das últimas décadas. Em janeiro de 2003, quando Lula assumiu, a taxa básica estava em 25,5%. Ao deixar o governo em dezembro de 2020, o presidente deixou a taxa em 10,75%.
A bancada de deputadas e deputados estaduais do PT tem tratado do tema sistematicamente. O líder Luiz Fernando Mainardi, em sua conta no twitter, criticou a decisão do Banco Central: “nenhuma economia resiste a juros tão altos, por tanto tempo. Os brasileiros estão endividados e deixando de consumir. O Banco Central está fazendo um desserviço ao Brasil”.
Na mesma plataforma, Miguel Rossetto fez questionamentos que sinalizam para uma falta de compromisso do atual presidente do Banco Central com a recuperação do país: “o Brasil foi sequestrado pelo Banco Central! E se o presidente do BC estiver errado e o Brasil entrar numa recessão com quebradeira de empresas? Qual a punição? Virar um diretor muito bem pago de um grande banco privado…”.
Já a deputada Laura Sito afirma que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netos, escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, quer aprofundar a crise deixada pelo governo anterior: “Campos Neto joga contra os interesses do povo brasileiro, inviabilizando o crescimento econômico e a geração de empregos. Não podemos ter a maior taxa de juros do mundo”.
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o comunicado divulgado pelo Copom como “muito preocupante”. Conforme o ministro, o relatório bimestral da Lei de Responsabilidade Fiscal divulgado pelo Ministério da Fazenda mostra que as projeções feitas no começo de janeiro em relação as contas públicas estão se confirmando e que isso é mais um fator de segurança para a redução da taxa básica de juros.
A próxima reunião do Copom acontece nos dias 02 e 03 de maio.
Fonte: Comunicação da Bancada do PT na ALERGS