Foto: Mauro Melo
Os problemas de abastecimento na região do Vale do Gravataí e a falta de leitos nos hospitais da mesma região foram abordados pela deputada Stela Farias em uma comunicação de liderança durante a sessão plenária desta quarta-feira (1º), no primeiro dia da 56ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No mesmo dia, a parlamentar protocolou pedido para a instalação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Rio Gravataí e sinalizou que nos próximos dias deverá protocolar na Comissão de Saúde e Meio Ambiente um pedido de audiência pública para que representantes do Estado e dos municípios apresentem propostas para solucionar a falta de leitos.
De acordo com Stela, a bacia hidrográfica do Vale do Gravataí, composta por oito municípios e que abastece quase 1 milhão de pessoas, vive uma situação “deplorável”. Por isso, sinalizou, ela e um conjunto de representantes da sociedade civil têm buscado respostas junto à Corsan, à Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) e à Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler (Fepam). “São órgãos do Estado que devem responder por esta articulação para garantir ao abastecimento humano da população. Há mais de 40 anos viemos denunciando de que é preciso regularizar minimamente a vazão do Rio Gravataí para que tenhamos manutenção de água no verão para nossas populações. O rio vem há 40 anos sendo apropriado privadamente por setores da agricultura”, disse.
Conforme a parlamentar, um canal do antigo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOS) feito na década de 70 retira água do Rio Gravataí. “Esse equilíbrio do uso para agricultura, para a indústria e para o consumo humano precisa ser tratado com responsabilidade, pois corremos o risco de um grave desabastecimento e quem fica sem água são as populações periféricas e mais empobrecidas da nossa região metropolitana”, argumentou, dizendo que a Frente Parlamentar em Defesa do Rio Gravataí deverá acompanhar e contribuir para que o próprio governo do estado tenha as condições de atender a necessidade da construção de 13 microbarragens para regularizar a vazão do rio. “Queremos as microbarragens para reter água no inverno e liberá-la aos poucos no verão”, explicou.
Sobre o tema da Saúde, a deputada disse que é fundamental que o Vale do Gravataí tenha o aumento de pelo menos 250 leitos em cada município. “O projeto chegou a ter recursos no final do governo Tarso Genro, mas lamentavelmente se perdeu no decorrer dos outros governos que vieram e nós hoje seguimos tendo problemas gravíssimos ao ponto de Viamão, desde a pandemia, estar sem maternidade”, exemplificou, justificando a necessidade da realização de uma audiência pública. “É preciso que a Secretaria Estadual da Saúde, as Secretarias Municipais da Saúde, as lideranças políticas e populares possam vir aqui buscar saber o que ocorre porque tivemos no último período 10 bebês mortos no município de Alvorada. É preciso que o governo diga o que vai ser feito para se resolver essa questão”.
Texto: Claiton Stumpf – MTb 9747