Se depender da mobilização do Fórum em Defesa do Patrimônio Público, a PEC de Eduardo Leite que retira a exigência de plebiscito para privatização de estatais terá o mesmo destino da iniciativa de Sartori: a reprovação popular e parlamentar. Na reunião desta terça-feira, 26, na Assembleia Legislativa, o Fórum decidiu por um ato de lançamento do abaixo-assinado pelo direito do povo decidir sobre o patrimônio público. A reunião foi coordenada pelo ex-deputado estadual Pedro Ruas e contou com a participação das entidades que integram o Fórum, além das presenças do deputado Jeferson Fernandes (PT), do ex-vice-governador do RS, Miguel Rossetto, e do prefeito de Candiota, Adriano dos Santos. O senador Paulo Paim, as deputadas Juliana Brizola, Luciana Genro e Fernanda Melchiona também enviaram representantes dos seus mandatos.
Miguel Rossetto (PT), que foi vice-governador de Olívio Dutra (1999-2002), colocou-se à disposição do Fórum na condição de um militante que acredita na força das empresas gaúchas. “O governo Leite está repetindo uma estratégia que já se mostrou fracassada nos governos Britto, Yeda e Sartori. Uma estratégia que destrói patrimônio, retira a poupança e vende o futuro do Estado em troca de nada”, afirmou. Rossetto alertou, ainda, que o recurso das vendas das estatais não vai ficar no RS, pois está comprometido com Brasília para cumprir o Regime de Recuperação Fiscal. “Está contratado com Bolsonaro e Guedes para reduzir o estoque de uma dívida que é impagável”, comentou. Sobre a proposta de retirada de plebiscito, criticou: “Não há na história do RS um momento em que o Parlamento tenha usurpado um direito do povo, um poder originário de decisão”.
O deputado Jeferson Fernandes, que preside a Comissão de Segurança e Serviços Públicos anunciou requerimento para realização de audiência pública com a presença dos deputados que foram signatários da emenda que incluiu o plebiscito na Constituição. “Na justificativa daquela PEC está registrado o reconhecimento do grave erro que foi a venda da CRT e de dois terços da CEEE no governo Britto”, relatou, lembrando: “Não podemos esquecer que a Vale do Rio Doce foi vendida por R$ 3 bilhões e um mês depois estava avaliada em R$ 39 bilhões. E os R$ 3 bilhões usados para comprar a empresa foram financiados pelo BNDES. Foi dinheiro público financiando a privatização”. Ele informou ainda que hoje, junto com outros deputados e deputadas, inicia a coleta de assinatura de parlamentares em defesa do plebiscito.
O prefeito de Candiota, Adriano dos Santos, relatou a mobilização que está sendo feita junto a prefeitos e prefeitas em apoio ao plebiscito. A assessoria da deputada Juliana Brizola informou o andamento da coleta de assinaturas para instalação da Frente Parlamentar do Setor Energético Gaúcho. O coordenador do Fórum, Pedro Ruas, avaliou como extremamente positiva a reunião de trabalho, pelo conjunto de iniciativas que estão em andamento. Ao final dos trabalhos, ele e demais presentes dirigiram-se até a Praça da Matriz para participar do ato promovido pelos servidores.
Texto: Eliane Silveira (MTE 7193)