domingo, 24 novembro
Foto Greice Nichele

“Celebro este final de ano com uma vitória, resultado da luta de mais de um ano, de que uma escola no condomínio Mariante está abrindo o 7º ano para duas turmas de alunos que abandonavam a escola. Parece uma coisa singela. São lutas difíceis e burocráticas, mas cada uma dessas vitórias consagra a política e a democracia como virtuoso e que precisa ser aprimorado, então meu repúdio aos que chamam a intervenção militar porque este espaço democrático sempre vai construir saídas para tantos dilemas do nosso Brasil e da humanidade”. A afirmação foi feita pela deputada Sofia Cavedon durante uma declaração de liderança em nome da bancada do PT na sessão plenária da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (21), quando ela fez um balanço da sua atuação parlamentar neste ano que se encerra. Entre as atividades prioritárias de seu mandato destacou a educação, direitos humanos e na defesa da mulher.

Segundo a deputada, foi um período de muito trabalho em que muitos temas ficaram em aberto. “Me dediquei à educação mas lembro que terminamos o ano com muitos jovens e adolescentes sem transporte escolar, sem concurso público para professores e professoras há oito anos, com muitas escolas enfrentando problemas físicos, falta de pessoal, alimentação não adequada por falta de profissionais e por defasagem nos recursos da alimentação escolar”, enumerou. No sentido de enfrentar estes gargalos, Sofia participou da Comissão de Educação e presidiu uma comissão especial para fazer o balanço do Plano Estadual de Educação que produziu um balanço que será entregue ao governo que assume, ao Tribunal de Contas do Estado e ao Conselho Estadual de Educação. “Servirá de base para os debates que faremos no ano que vem com conferências nacionais chamadas pelo presidente Lula”.

Sofia salientou que a educação em tempo integral teve redução de matrículas ao contrário do que determinava o plano estadual de educação. Além disso, segundo ela, a educação de jovens também está descolada da profissionalização. “Perdemos investimentos porque o plano nacional determinava que no 10º ano deveríamos chegar a 10% do PIB, mas tivemos desinvestimento na educação brasileira. Agora temos notícias de mudanças, por isso quero saudar o Congresso Nacional, a equipe de transição e saudar o governo Lula por aprovar a PEC da transição”. Sofia também lamentou que 17 deputados gaúchos tenham votado contra essa PEC. Com essa aprovação, disse a deputada, o governo brasileiro vai priorizar novamente a educação básica, saúde, a erradicação da fome e da miséria.

Sofia também destacou que atuou na Frente Parlamentar do Direito ao Livro e à Leitura, mas salientou que mesmo o ano fechando ainda estão todas as bibliotecas de escolas estaduais sem mediadores de leitura, portanto sucateadas e degradadas, com acervo desatualizado estragando e virando depósitos. “Um crime contra a educação continuada contra jovens, adolescentes e crianças que tem o direito de construir o gosto pela leitura na escola e as pesquisas mostram que o segundo maior influenciador da leitura é o professor e a professora depois da família”, frisou.
Um sucesso destacado pela parlamentar foi a retomada da educação física no ensino médio, ainda que com períodos insuficientes. “Nossas crianças e adolescentes estão com a saúde física e mental abaladas com seríssimos problemas afetivos e precisam da arte, da filosofia e da educação física, por isso seguiremos lutando para revogar esse novo ensino médio que retirou tudo isso e desorganizou as disciplinas”.

Outra área de atuação de Sofia foi na Procuradoria da Mulher que elaborou cartilhas da Maria da Penha, do Assédio Sexual no Trabalho, da Humanização no Parto, da Mulher com Deficiência e seus Direitos e a Cartilha da Violência Política de Gênero e outras duas ainda em gestação. “Não são meras cartilhas. Foram mobilizações, procuradorias itinerantes, atos políticos, coleta de depoimentos levados ao MP em relação à violência política de gênero”, esclarece. Além disso, Sofia fez a escuta ao Outubro Rosa, que resultará em uma Caderneta da Saúde da Mulher para servir como um instrumento de organização da própria mulher para que não perca os períodos e prazos de prevenção. Sofia participa ainda dos Comitês pela Primeira Infância, Desejo Zero, de Busca Ativa Escolar e de da Comissão de Direitos Humanos.

Texto: Claiton Stumpf (MTB 9747)

Compartilhe