sábado, 23 novembro

Foto: Rafael Stedile

Representantes do Movimento RS 118 Sem Pedágio estiveram reunidos com o deputado estadual Edegar Pretto (PT), presidente da Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado, da Assembleia Legislativa. No encontro, o grupo formado por lideranças empresariais da indústria, comércio e movimentos sociais da Região Metropolitana da capital, entregaram um documento ao parlamentar e expressaram posicionamento contrário ao pedágio na rodovia.

Entre os problemas apontados, alegam que a RS 118 está localizada numa zona urbana. Conforme o diretor regional da Federasul, Darcy Zottis Filho, que coordena o Movimento, se houver o andamento da proposta do governo gaúcho a região terá um grande prejuízo financeiro. Segundo ele, isso criará um cinturão de pobreza e criminalidade. O grupo observa que os municípios que integram o eixo da rodovia são considerados os mais pobres do estado, sendo Alvorada e Viamão os municípios com menores índices de PIB por pessoa. “As cancelas representam um impedimento para empresas se instalarem. Com isso, os empreendedores escolhem outros locais sem pedágio, e os que já estão instalados vão embora. A falta de oportunidades vai gerar falta de renda, e consequentemente aumentam os crimes”, avalia Zottis.

O Governo do Estado diz que seguiu critérios técnicos para a elaboração do Plano de Concessão, mas o Movimento critica a falta de diálogo no caso da RS 118. O deputado Edegar Pretto lembrou que as obras da rodovia estão praticamente concluídas, e que em 22 quilômetros já foram investidos R$ 400 milhões. Desse trecho, diz o deputado, a maior parte foi feita no governo Tarso Genro.

O parlamentar avalia que, agora que a estrada está para ser concluída, o governo quer instalar um pedágio dentro do perímetro urbano, em uma região que precisa muito da estrutura do Estado. “A Região Metropolitana de Porto Alegre é a segunda região do Brasil em que mais gente entrou para extrema pobreza no ano passado. Foram mais de 300 mil famílias nessa condição. As pessoas estão com muita dificuldade, falta de emprego e de perspectiva. Não sou contra a concessão, mas sou contra ao modelo de pedágio na RS 118. É um negócio abusivo que por 30 anos pretende impor à população a obrigação de pagar uma taxa caríssima para sair de casa”, afirma Pretto.

A partir do encontro, o Movimento RS 118 Sem Pedágio pretende ampliar o debate na Assembleia Legislativa, na tentativa de sensibilizar o Governo do Estado para que não execute a instalação de cancelas de cobrança na rodovia.

A deputada Stela Farias (PT), que participou da reunião, lembrou que a bancada do PT está tentando uma agenda com o governador Ranolfo, desde a primeira semana que ele tomou posse. Porém, até agora os representantes do Movimento não foram recebidos no Palácio Piratini. A deputada também expressou posição contrária ao pedágio, e diz que a instalação não poderia ser executada em ano de eleição. “Se tem resistência significa que o projeto não pode avançar”, avalia.

O ex-vereador de Viamão, Guto Lopes, destacou que o município viveu uma péssima experiência em 15 anos de concessão. Segundo ele, a Região Metropolitana tem um grande potencial para ser um polo logístico, mas a instalação de um pedágio será impeditivo para acesso a outras grandes rodovias. “A RS 118 pode e deve ser a via do desenvolvimento para Viamão e Alvorada. Um pedágio nesta estrada vai atrasar ainda mais nossas cidades e prejudicará o crescimento econômico da região”, pontua.

Texto: Leandro Molina

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