PDL de Bohn Gass quer sustar medidas de Bolsonaro que reduzem emprego de jovens aprendizes

PDL de Bohn Gass quer sustar medidas de Bolsonaro que reduzem emprego de jovens aprendizes

Foto PTnaCâmara/Divulgação

Bohn Gass: “MP e Decreto vendem falsa ideia de mais emprego. Na verdade, reduzem vagas de jovens aprendizes”

O deputado federal Elvino Bohn Gass (PT/RS) protocolou, na última sexta-feira (6), um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) para tentar sustar as mudanças que podem prejudicar o programa de aprendizagem profissional da juventude brasileira. O governo Bolsonaro editou o Decreto 11.061 e a Medida Provisória 1.116 que, em tese, deveriam favorecer a contratação de jovens, mas que, segundo Bohn Gass, só dificultam a oferta desses empregos.

O deputado dá exemplos das distorções causadas pelas medidas de Bolsonaro: “O cálculo do número de cotas de aprendiz de cada empresa, hoje, é definido pela média de empregados atuais, mas a MP e o Decreto permitem que essa conta seja feita a partir de contratações futuras sem, no entanto, definir que números serão considerados. Outro problema: o governo quer contar em dobro a contratação de jovens em situação de vulnerabilidade social, o que, de novo, reduzirá o número de vagas. E quer permitir, ainda, a criação de uma categoria de contratação chamada de “indireta” que permite que entidades sem fins lucrativos, incluindo atividades religiosas, possam contratar jovens aprendizes. E, pior de tudo:  Bolsonaro quer anistiar as empresas que não cumprirem a conta de contratação desses jovens”.

Tudo isso, para Bohn Gass, são armadilhas que precisam ser desarmadas. “O meu PDL tenta revogar essas barbaridades. E a avaliação de que as medidas são imprestáveis, não é só minha, mas compartilhada por 27 Chefes de Coordenação de Fiscalização de Aprendizagem Profissional do Ministério do Trabalho de todos os estados brasileiros” diz Bohn Gass.

O deputado refere-se à carta de entrega coletiva dos cargos de 27 coordenadores de fiscalização divulgada na última quinta-feira (7), onde se lê que “as mudanças impedem o exercício de fiscalização e significam um indulto às empresas infratoras que, pelo texto da MP, terão reduzido em 50% o valor da multa instituída no momento em que a auditoria constatou infrações.”

REAÇÃO – No Rio Grande do Sul, a reação já se organiza. “Apoiamos o PDL do Bohn Gass. Na prática, o Decreto e a MP reduzem as cotas das empresas de jovens aprendizes, além de impedir fiscalização e aliviar multas pelo não cumprimento”, diz a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) que, na última sexta-feira (06), reuniu-se com as representantes do Fórum de Aprendizagem Profissional da Serra Gaúcha e a vereadora Rose Frigeri (PT), de Caxias do Sul.

Denise Brambila Gonzáles, Auditora Fiscal do Trabalho e coordenadora da Aprendizagem Profissional no RS, Sônia Sbersi, coordenadora Administrativa da Escola Família Agrícola da Serra Gaúcha (EFASERRA) e a vereadora Rose Frigeri, de Caxias do Sul, também se posicionaram: “O governo divulgou informações ilusórias levando a sociedade acreditar que a MP iria gerar milhares de novas contratações, o que é uma inverdade, pois concede aos infratores o indulto e autoriza o não cumprimento da cota das empresas que atualmente incluem jovens aprendizes”, denunciam elas.