As lideranças da Região Centro – Sul têm sido cobradas pela população em relação à qualidade de energia. Muitas horas com falta de luz, dificuldade de comunicação com a Equatorial, problemas de manutenção. Desde que a Equatorial assumiu os serviços de energia elétrica, substituindo a antiga CEEE, no processo de privatização, foi observada a diminuição da qualidade dos serviços prestados, e a população passou a viver um grande drama nesta área. Para discutir essa situação, a Assembleia Legislativa via Fórum Democrático de Desenvolvimento promoveu nesta quinta-feira (5), audiência pública presencial, em Camaquã. Entre os encaminhamentos, a Agers vai encaminhar o plano de trabalho à Assembleia (Fórum Democrático) para acompanhamento, e em até seis meses será realizada nova audiência pública.
O deputado estadual Zé Nunes (PT), presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da AL, coordenou o debate e lamentou a ausência do presidente da Equatorial, Raimundo Barreto Bastos, que estava confirmado. “A região demarcou seu descontentamento com os serviços da Equatorial, e apelou por uma mudança de padrão de atendimento. Seria um ótimo momento para o presidente conhecer de perto essa realidade. Nosso agricultor se sente abandonado, está perdendo sua produção, e assiste seu produto estragando. Precisamos resolver com urgência os problemas na nossa região”, finalizou.
A Equatorial promoveu plano de demissão voluntária, o sistema de atendimento foi fechado, as equipes reduzidas em menos da metade, e atualmente, a empresa não está dando conta de prestar o serviço de qualidade. “Esperamos um esforço ainda maior por parte da empresa, para que o padrão de atendimento seja melhorado o mais rápido possível”, declarou o parlamentar.
As autoridades e lideranças se revezaram, apresentando os prejuízos incalculáveis das famílias, bem como dos produtores de fumo e leite, por exemplo. A agricultora Silvia Barh falou sobre a secagem do fumo, uma das principais etapas da produção. “Temos relatos de incêndio, então se perde o fumo e a estufa, que deveria funcionar, pelo menos, para o restante da safra. As quedas de luz queimam os equipamentos caros, e os prejuízos estão ficando gigantescos, sem contar do valor da conta de luz, paga-se muito caro e recebe-se muito pouco. Nosso trabalho tem sido jogado fora”, reclamou.
Pela Equatorial, estavam o assessor da presidência, Giovani Francisco da Silva, e o gerente executivo de obras da Equatorial, Rafael Crochemore, que apresentou o planejamento para a região. Ele falou que é difícil conseguir priorizar demandas pontuais, porque todas são importantes. “Trabalhamos por regiões que apresentam maior deficiência, com racionalidade, para que a melhora no fornecimento não seja momentânea”. Crochemore reconheceu que o atendimento não está da melhor forma possível, mas disse que estão centralizando uma pessoa para ser responsável por isso na empresa. “A administração está ampliando o volume de investimento em mais de 10% para esta área, chegando aos R$ 400 milhões. Estamos contratando uma consultoria nacional para obras de curto prazo”. Pretendem então, aumentar as equipes, ampliar os investimentos, trabalhar em mutirões, aumentar o processo de automação, dobrar a posição de atendimento do 0800, e criar novos canais.
Participaram do debate representantes de 15 municípios da região Centro-Sul, entre prefeitos, vereadores, cooperativas, agricultores, além da Fetraf, Fetag e Agergs.
Texto: Marcela Santos (MTE 11679)