O legado dos governos petistas na formulação e gestão de políticas públicas foi destacado pelo deputado Edegar Pretto, no 1°Seminário de Pós-Graduação do Mestrado Profissional em Políticas Públicas da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), campus de São Borja. O evento aconteceu de forma remota nesta quarta-feira (04), com a mediação das professoras Ângela Gomes e Rebecca Magalhães.
Edegar Pretto, que é formado em Gestão Pública e está em seu terceiro mandato consecutivo na Assembleia Legislativa, foi um dos convidados para abordar temas vinculados a políticas públicas. Ao falar das suas experiências na área, lembrou que no seu primeiro mandato no parlamento, que iniciou em 2011, foi líder do Governo Tarso Genro, onde o Estado, pela primeira vez, destinou 12% do seu orçamento para a saúde, ampliando a regionalização do atendimento.
Ele disse ainda que o nascimento da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), no Governo Olívio Dutra, foi impulsor do desenvolvimento regional. “Foi muito rica aquela experiência, uma espécie de laboratório para que levássemos ao governo Lula sugestões de investimentos necessários em educação”, disse Pretto, lembrando que no governo do ex-presidente foram criados 173 campis universitários e 18 universidades federais no Brasil. Já no No RS, foram três novas universidades – a Unipampa, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) –, e mais de 40 campus de escolas técnicas em diversas cidades.
Edegar Pretto lamentou que, depois de tantos investimentos, a rede pública esteja em risco devido aos cortes na educação, promovidos pelo governo Bolsonaro, impactando 110 universidades, institutos e escolas técnicas. “O Brasil sofre com a fuga de cérebros, ou seja, pessoas qualificadas que se formam em universidades, não encontram oportunidades e vão para outros países em busca de emprego e renda. Nunca tivemos tantos jovens desanimados como agora. 62% deixariam o nosso país se tivessem oportunidades”, afirmou. Ele ressaltou que o Estado precisa voltar a investir em educação, pois ela é “um campo muito fértil para a busca do desenvolvimento parelho, que gere oportunidades.”
Ao comentar sobre a importância do profissional das Políticas Públicas para a qualificação das demandas públicas, recordou o processo de elaboração de um projeto de lei de sua autoria, que foi aprovado por unanimidade em 2011, permitindo às agroindústrias familiares venderem seus produtos de origem animal em todo o território gaúcho. O Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf) foi fruto de muito diálogo e debate com a academia, especialistas, pesquisadores e profissionais da área de políticas públicas, além de agricultores familiares e lideranças de movimentos sociais e sindicais.
Edegar Pretto frisou que há a necessidade de trazer esses profissionais para a administração pública, realizar contratações e melhorar a inteligência estatal. Ao mesmo tempo, enfatizou que o RS está prestes a aderir ao Regime de Recuperação Fiscal, que vai barrar investimentos por 10 anos, por “uma dívida injusta e impagável”. “O investimento do Estado em áreas e regiões importantes, como esta da Fronteira, tem que ser do tamanho da necessidade. Fazer investimentos públicos neste momento é também a oportunidade da economia reagir positivamente. Com isso, o Estado vai arrecadar mais e poder cuidar melhor das pessoas”, complementou.
Texto: Catiana de Medeiros